“Não querer ver”

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Por: Luiz Carlos Prates

13/08/2019 - 07:08 - Atualizada em: 13/08/2019 - 07:46

Havia um velho ditado que diz que o pior cego é o que não quer ver… O adjetivo “cego” aqui se refere ao cego mental, ao de cabeça estreita por uma razão de ordem emocional e inconsciente. Nós todos não queremos ver certas verdades, todos somos assim, sem exceção. Ocorre que não querer ver certas verdades nos impõem pesadas consequências.

Não vamos longe, o que há de gente tapada que não quer ver a verdade e arruma desculpas para suas desídias e incompetências é caso sério, casos verdadeiramente psiquiátricos.

Dia destes, falei aqui sobre uma manchete da semana passada, resultado de um estudo feito por uma consultoria de mercado de São Paulo, não lhe digo o nome… O resultado da pesquisa chegou aos sites de jornalismo com a seguinte manchete: – “Desânimo atinge mais de um terço dos profissionais brasileiros”.

Fiz longo arrazoado sobre esse desânimo. Não é um desânimo produzido pelas empresas, pelo trabalho em si, é um desânimo produzido pela falta de motivação pessoal, pela vadiagem dos tais desanimados e, sobretudo, pelo divórcio entre eles e a função exercida.

Eu não voltaria ao assunto não fosse uma razão especial. Fui mexer nos meus arquivos temáticos, os implacáveis arquivos das minhas verdades, e achei uma página de jornal, caderno de empregos, de 2007, veja bem, 12 anos de distância entre essa página de jornal e os destaques dos sites de jornalismo de hoje…

E sabes o que dizia o texto dos meus arquivos? – “Cuidados contra o desânimo no trabalho”. Era um artigo sobre a falta de competência dos gestores para manter em alta o entusiasmo dos funcionários. Ah, não aceito! Não há quem

nos possa tirar o ânimo diante do que nos faz vibrar de prazer ou nos aponte uma senda para a realização na vida. Tampouco existe quem nos possa dar entusiasmo se esse entusiasmo não tiver cama, comida e roupa lavada dentro do nosso peito.

Mania que as pessoas têm de achar que os nossos entusiasmos vêm dos outros ou que os outros nos possam abater os entusiasmos. Podem nos atrapalhar, podem, mas não podem nos fazer trabalhar de mau-humor e produzindo mal. Isso é problema de caráter e não de quem nos cerca. Claro que há biltres em todos os ambientes de trabalho, mas não são eles as causas dos nossos desânimos. Somos nós. Ponto final.

Motivação

A motivação na vida, seja para o que for, vem de nós, não de fora… Um sujeito está numa festa, as mulheres por perto são todas misses, cada uma mais bonita que a outra… E o tal sujeito ali, de olho… De repente, ele se entusiasma por uma das moças, casualmente a menos bonita. Foi ela quem produziu essa “paixão” no camarada? Claro que que não, foi ele quem a escolheu. O amor não vem de fora, vem do que queremos amar.

Ferro

Ferro nesses camaradas… Tem quem se esforce para ter tempo para ir à academia, para o barzinho, para todo tipo de diversão e não tem tempo para estudar e melhorar seu próprio trabalho. E esses tipos gostam muito ainda de falar em “qualidade de vida”. Vadios.

Falta Dizer

Num restaurante em Curitiba. O sujeito estava com a família à mesa. De repente, virou para o lado e deu uma baita tossida. Sem lenço nem documento. Um estúpido bem-vestido.

Eu o imagino em casa, no banheiro, de porta aberta. Sujo, como tantos que andam por aí. Cubram a boca ao tossir ou espirrar, estúpidos.