“Não engoli”

Por: Luiz Carlos Prates

15/09/2018 - 12:09

Li e não engoli. E convido você a também não engolir. O que li, nenhuma novidade, e não engoli foi uma nota publicada pela imprensa catarinense, nota resultante de uma pesquisa feita pela Udesc, a nossa Universidade do Estado de Santa Catarina.

A manchete da pesquisa dizia que – “Estudo da Udesc mostra que população centenária de Florianópolis não quer viver mais”. Em outras palavras, pessoas que chegam aos 100 anos cansaram da vida, não querem mais viver.

Discordo vigorosamente. Talvez se trate de um caso ou outro, mas ninguém me vai fazer crer que todas as pessoas centenárias querem “voar”.

Claro, não estou colocando na roda as pessoas gravemente enfermas e mentalmente afetadas, são casos especiais, falo dos que estão saudáveis. Aliás, quem chega aos 100 anos, ou por aí, costumam ser pessoas saudáveis. O que pode acontecer para descoroçoar uma pessoa diante da vida é a ausência de afeto, de familiares, de recursos para uma vida razoavelmente digna, falta de amigos, falta, enfim, de vida por perto, vida que aqueça os corações que se vão isolando de pessoas em razão de suas longevidades.

Abençoadas então as casas que abrigam amorosamente a essas pessoas. Mas o meu foco é outro. É o que devemos fazer, desde cedo, para amenizarmos os possíveis maus tempos nos adiantados da vida, na velhice.

Precisamos pensar na velhice desde muito cedo na vida, precisamos fazer poupança, guardar dinheiro, precisamos investir em amigos, fazendo e refazendo novas amizades, sempre. É preciso que desde cedo coloquemos entretenimentos e lazeres que nos sejam possíveis mesmo na solidão. Teatro, música, leituras, artes de todo tipo são “companhias” para toda a vida e que nos fazem deixar do lado de fora do coração a danosa “solidão”, afinal, quem tem vida interior não sente solidão. E esses gostos, podem ser paixões, não exigem dinheiro, as pessoas pobres podem ser bem ricas culturalmente em suas cabeças.

A velhice não é necessariamente um causo triste que a vida nos conta sem rir… A velhice centenária e saudável não quer a morte, não; quer mais e mais vida, afinal, vida é instinto e querer morrer é suicídio… Melhor é começar cedo a pensar nessa velhice. Hoje, agora. Ou “amanhã” já será muito tarde. Quem quer morrer nunca quis viver.

Cabeça

Cabeça arejada é tudo na vida, mas é para poucos. Nestes dias de crises e desempregos, muitas pessoas iniciam um negócio próprio. Passam-se alguns dias e algum dinheiro chega ao bolso do novo “empresário”. E aí, o que faz o sujeito?

Calcula que vai continuar entrando dinheiro e… troca de carro. Baita estúpido. Quem desenvolve um negócio deve saber que só uma pequena parte do lucro pode ser gasta, o resto deve ser investido/reinvestido no negócio. Mas os beócios saem gastando o que entra… depois, falidos, vão se queixar da crise.

Aliás

O que disse aí em cima vale para o 13º salário. Devia ser um dinheirinho de poupança, de guardar no banco como fundo de segurança pessoal e familiar, mas não… Os desencontrados gastam o 13º antes de recebê-lo ou ao recebê-lo gastam em bobagens. Depois, não tendo onde cair mortos, se queixam do governo. Tudo questão de cabeça e disciplina.

Falta dizer

Acabei de ler a história de uma blogueira, uma dessas que se acham “influenciadoras”, coitada… Ela contou a um jornal de São Paulo que decidiu pedir demissão na empresa em que iniciava carreira para poder se dedicar inteiramente ao blogue dela… Deu com os burros n’água e… está desempregada. Ela e multidões que pensam igual a ela. Como há “influencers” idiotas na vida…