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Modos de ser

Por: Luiz Carlos Prates

23/03/2016 - 04:03

Os pais não querem que os filhos sofram bullying no colégio? Então que os ensinem a “parecer” burros e vadios. No dia a dia da escola é fingir que a professora é uma bruxa malvada, o colégio é uma droga; e vociferem contra a ordem e o progresso, que digam isso, será um sucesso. Claro, tudo como disfarce. É o que os pais inteligentes devem ensinar aos filhos, mas na hora das provas… Dez. Com louvores. Se os filhos ficarem posando de bons moços e bons alunos, coitados, serão sacrificados no bullying dos verdadeiros vadios, a estupenda maioria…

O rapaz que se acha sem graça para ir à balada, não tem jeito para ser daqueles tipos comuns que vivem nas noitadas, o que fazer então? Fingir. Fingir que bebe, que aceita um cigarro “especial”, que o negócio é passar a mão nas mulheres, teatralizar, enfim, um tipo comum, os tipos das baladas. Vai se dar bem.

Um outro rapaz quer arrumar uma namorada, mas é cara sério, afeito à ordem, à disciplina, ao respeito, poxa, vida, como fazer? Outra vez fingir, fingir que é um debochado, que não respeita mulher, que o negócio é mesmo passar a mão… Bah, será um sucesso… com elas. Vão disputá-lo a puxões de cabelos…

E no ambiente de trabalho, onde todos ou quase todos falam mal da empresa, do chefe, do salário, das tarefas, de tudo, mais uma vez é fingir que está no coro dos insatisfeitos; mas “lá por trás” chegar no horário, vestir-se como gente, limpar a fala, cumprir rigorosamente com as expectativas do empregador, ser, enfim, uma pessoa rara para os interesses da companhia. Junto aos colegas ou ficar quieto, fingindo concordar com eles, ou sorrir disfarçado. Fazendo isso não será traído nem chamado de burro…

Quer dizer, para uma pessoa de bem ser sucesso hoje em dia é preciso disfarçar-se de mau elemento, bah, vai ser um enorme sucesso. E se for político, sem dúvida, pode chegar à Presidência da República, é só saber mentir e enganar com boa performance “antes” de ser eleito. Depois, depois é abrir contas em muitos bancos lá fora e morrer dizendo que não tem nada e que não sabe de nada. Vai morrer rico. E ganhar logo depois o inferno.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.