Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Lutar contra o relógio – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

17/11/2022 - 05:11

Acabei de ler uma frase que se for engolida como uma pílula pode fazer mal. Aliás, nada deve ser engolido direto, nem sopa… É bom antes de engolir passar a sopa pelos dois cantos da boca, fazer a língua dar uma mergulhada nela e só depois engolir.

Nada deve ser engolido, menos ainda as invenções religiosas. Quando engolimos sem mastigar uma “verdade” que nos passam ficamos inquietos… Será? E isso não faz bem. Há os que ficam irados com os desmentidos sobre as inventadas “revelações”.

Revelações de quem? Com que provas? Ah, claro, quase me esqueço da frase que acabei de ler. A frase é simples, mas faz pensar. Ela foi atribuída a um poeta irlandês. Bobagem. Tudo o que existe na História é de todos e ninguém sabe de onde saiu a primeira faísca.

Aliás, é bom lembrar que todo consequente tem antes um antecedente. E de tanto o ser humano rastrear verdades ao longo da História, acabou cansando. E não sabendo de onde pode ter saído a primeira faísca a criar todo o resto, os consequentes, inventou deus.

E a partir daí, cansei de ouvir que “deus é causa de si mesmo, antes dele nada, depois dele tudo…” Pobres das crianças, eu no meio, ouvi muito isso. Uma causa de si mesmo, francamente! Do nada saiu alguma coisa… Loucura humana sem tratamento.

Causa perdida. Agora, a frase. Ela diz que – “O propósito da vida é lutar contra a maturidade”. E o que é maturidade? Velhice? Lutar contra a maturidade seria lutar para nos mantermos jovens? Se for isso é de pensar… Não podemos enfrentar e vencer o relógio.

O “relógio” é a sentença humana, dele ninguém escapa, o que mais podemos fazer é nos entreter de algum modo que o relógio não nos leve para o asilo da velhice inútil. Precisamos nos manter ativos, sempre por uma causa, seja ela qual for desde que honesta e benfazeja.

É por isso que luto tanto contra as “aposentadorias”. Uma coisa é encerrar um ciclo de trabalho, outra é encerrar a vida de trabalhos. Aí é dar corda no relógio da vida para que ele apresse a pessoa ao precipício final. Maturidade deve ser sinônimo de prudência e sabedoria, se for de velhice, babaus, acabou tudo…

HORROR

A conversa não era comigo, era com uma pessoa que estava por perto… Uma jovem mulher falava de problemas e de erros por que uma amiga comum delas estava passando. A “delatora” abria o bico sujo para falar de erros da outra, da ausente. Fiquei pensando. Se ela sabe tanto da “amiga” é porque essa amiga contava coisas de sua vida para a linguaruda. Conselho? O mesmo de sempre: não fale nada de sua vida nem para o Papa. Se falar, vai ser passado adiante. Não duvide!

MAGIA

Os humanos sabem que nada na vida é garantido senão o ponto final. Fora disso, tudo é possível. Acabo de ler no site Terra – “Dicas da benzedeira: rituais com cebola para atrair coisas boas”. Coitados dos humanos. Que luta para viver numa boa e escapar dos tropeços, como se isso fosse possível. Melhor é relaxar e gozar. Claro, no bom sentido, no melhor de todos…

FALTA DIZER

Elogiar alguém pela realização de um trabalho habitual é ignorância. Quando fazemos o que temos que fazer, cumprimos com nossa obrigação. E ninguém deve ser elogiado pelo cumprimento do dever, mas deve, sim, ser elogiado quando faz além do que devia, aí sim, aí está uma virtude. No mais é obrigação, camaradas!

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.