Vidas e vidas

Por: Luiz Carlos Prates

19/12/2017 - 14:12

Leio vários jornais por dia, compro revistas, ouço rádio e, claro, assisto à televisão, de tudo um pouco. Faço isso tanto por gosto quanto por necessidades profissionais, é carga pesada, mas com ela afia-se a língua e agudizam-se os pensamentos… Mas há um preço a pagar: a do mal-estar por “intoxicação”, e da pior espécie: a intoxicação das coisas ruins da vida. Aqui vai um resumo das últimas horas…

Acabo de ler sobre a morte de uma socialite, mulher que talvez tenha batido o recorde mundial de fotos e citações em colunas sociais, mas… Que viveu uma vida absolutamente vazia: a da vida em high society… Vida vazia, posto que glamorosa, segundo outros tantos de vidas vazias…

Um pouco mais adiante, leio num jornal de São Paulo sobre mais um show da cantora e atriz Bibi Ferreira, mas até aí nada… Ocorre que Bibi tem 97 anos… Nunca parou, viaja, fica em hotéis, sobe aos palcos e… canta. Não o faz por dinheiro. Bibi faz o que faz porque é a vida dela. Ao mesmo tempo, leio nos jornais o protesto de vadios que se querem aposentar antes dos 65 anos. Vadios.

Em outro jornal, um sujeito é chutado pela mulher e se mata. E se mata deixando suspeitas sobre outras pessoas. Ordinário, frouxo.

Ligo a tevê e vejo num programa esportivo um perna-de-pau fazendo um gol no Brasileirão, ele comemora tirando a camiseta… Comemora sem a camiseta? E o otário do patrocinador que paga pelo seu nome na camiseta, não tem esse nome nas fotos e imagens da celebração do gol. E ninguém diz nada e não punem o perna-de-pau? Não, não há homens no futebol brasileiro para chamar a atenção e punir safados. Os safados fazem o que querem e o resultado aí está – a pobreza do futebol brasileiro de hoje. Vai ser 5º na Rússia…

Enfim, vidas, vidas de todo tipo, mais das vezes vazias. Mas que fique claro, as pessoas que de fato vivem bem, que são, tanto quanto possível felizes, são discretas, não badalam, não aparecem muito, falam baixo e não se deixam levar por modismos, grifes e ostentações. A felicidade é uma monja silenciosa, talvez por isso as pessoas felizes irritem tanto as infelizes… Mas que também fique claro, a infelicidade é de inteira responsabilidade de cada pessoa. Certo? Acho bom.

Amiga

Falei com uma amiga sobre essa história de sessões de ioga com pessoas peladas, e a amiga me descascou: – “Ah, Prates, tu tens que ser mais moderno, entender que a nudez aproxima as pessoas da natureza e que maldade é uma questão pessoal e… blábláblá.”. Não, nudismo na praia e ioga pelado não me descem na garganta…

Falta dizer 

Já chegam a mais de 32 milhões de visualizações um comentário que fiz na TV sobre “visitas indesejáveis”, aquelas que nos aparecem no verão, comem, bebem, pintam e bordam e nem aí para os incômodos dos que os recebem… Você os conhece bem… O negócio é rodar “acidentalmente” o comentário quando esses indesejáveis chegarem… Abusados!