Os caras-de-pau

Por: Luiz Carlos Prates

10/01/2018 - 16:01 - Atualizada em: 14/05/2018 - 14:20

E aí, feliz com o trabalho? Claro que é com você que estou falando, com quem mais poderia ser? Repito a pergunta: feliz com o trabalho? Com o teu trabalho, com o que fazes, ganhas, essas coisas, feliz?

Pois estou de volta a este cansativo assunto porque vivo lendo sobre mercado de trabalho, para saber das coisas e não ficar depois batendo panelas contra o governo sem nenhuma razão, o que muitos fazem e se achando ainda com razão… Acabo de ler, por exemplo, que 90% das pessoas com turbulências, dificuldades no trabalho alegam que a falta de recursos financeiros é o que as atrapalha na busca por qualificação…  Ah, vão mentir para o cachorrinho lá na esquina.

Faz tempo que memorizei uma frase que era muito simpática para o presidente Kennedy, dos Estados Unidos, aquele que foi baleado e morto em Dalas, Texas. Kennedy dizia que “Onde há uma vontade, há uma saída”. E será que eu precisava recorrer ao falecido presidente americano para dizer uma obviedade dessas? Ora bolas.

Quando alguém quer alguma coisa é porque essa coisa já lhe foi aprovada pelo “inconsciente”. Nunca vamos desejar algo sério senão depois da aprovação do nosso sistema mental inconsciente, e por uma razão incontestável: ninguém deseja ou sonha com o que lhe é sabidamente impossível. Nossos sonhos, desejos, já disse aqui várias vezes, nunca resultam de uma loucura nossa, eles podem ser difíceis, muito difíceis, “quase” impossíveis, mas… Ficam dentro do possível. Namorar a Anita, vamos combinar, não é para qualquer um… Mas é possível, possível é… Loucura seria não sonhar com esse namoro…

Ficando na raia do trabalho, um camarada vir me dizer que não se qualifica, que não consegue a desejada proficiência em razão de não ter dinheiro é de uma cara-de-pau a merecer cadeia ou internação psiquiátrica. Dissimulado.

É a vadiagem que não viabiliza a realização de muitos sonhos do povo, vadiagem pura. O cara se encosta no poste das desculpas e fica a virar páginas e páginas com desculpas esfarrapadas. É como alguém dizer que por ser pobre não pode tirar o primeiro lugar no vestibular de Medicina da Universidade de São Paulo. Ora bolas, o que impede não é a pobreza, é a fraqueza de alma e a vadiagem da acomodação e das desculpas. Estamos entendidos? Ah, que bom!

ELA

Falei dela lá em cima, da Anita. Essa mulher me entontece. Acabo de ouvir com vagar e deleite ela cantando Zorra Toda… Ah, que voz, que gracinha, que sucesso. E dizer que essa moreninha se fez sozinha, se administra sozinha, é sucesso sozinha, ninguém para lhe dar palpites ou pôr seu patrimônio em perigo. Já aprendeu inglês, sozinha, estuda espanhol, sozinha, saiu dos barracos de morro sozinha. Exemplo para milhões de gurias pobres que se acham condenadas pela pobreza. Pobreza na nossa vida não passa de circunstância, jamais de destino.

VERÃO

O calor não nos dispensa a educação, o bom gosto e a adequação ao bom convívio social. Estava num supermercado de Florianópolis quando entrou uma mulher, de idade, não era criança. A mulher, bem desengonçada, para não dizer pior, vestia um maiô. De maiô num supermercado? Mesmo que fosse uma miss não estaria dispensada da decência. Isso sem falar nos mandriões que tentam entrar nos supermercados sem camisa.

FALTA DIZER

Diga-me, uma mulher pode andar na rua sem a parte de cima da roupa? Sem blusa, pode? Se ela fizer isso, o que vão dizer, o que farão com ela? E por que os “joaninhas” podem andar sem camisa na rua? Hein?