Disparamos nossos juízos de valor sem pensar

Por: Luiz Carlos Prates

05/11/2017 - 08:11 - Atualizada em: 14/05/2018 - 14:49

Se a cada mentira que contássemos nosso nariz crescesse como o do Pinóquio, Santo Deus, não haveria espaço para andarmos nas ruas e desapareceriam os beijos… Somos mentirosos da cabeça aos sapatos, todos, sem exceção. Imagine um Santo Padre… Imaginou? Pois esse santo padre que você imaginou mente, mente muito, mente para ele mesmo, antes de tudo… Como mente o melhor dos budistas, todos, todos, enfim.

Preconceitos? Todos os temos. Preconceito é uma palavra construída a partir de uma verdade: o conceito – pré – emitido antes da devida avaliação sobre o que deve ser avaliado. Disparamos nossos juízos de valor sem pensar, eles nos foram condicionados na vida pelos nossos pais, avós, irmãos mais velhos, todos os “iluminados” que nos educaram na primeiríssima infância… Preconceito é raiz plantada na infância de todos nós.

Acho que já pavimentei a avenida do nosso assunto de hoje, vamos a ele. É preconceito. Dia destes, numa das nossas tevês foi feita uma matéria interessante, velhíssima na ideia, mas interessante.

A reportagem consistia em várias pessoas espalhadas em esquinas diferentes da cidade pedindo a quem passava que lhe emprestasse o telefone celular para uma ligação de emergência. E a desculpa era que o celular do pedinte estava sem bateria. Ocorre que os que pediam por essa gentileza dos passantes vestiam-se de modo diferente. Numa esquina, uma garota vestia calça justíssima, colorida, cabelo de louca (sim, cabelo de louca), vestida daquele jeito que você pode imaginar. Ela pedia por favor pelo telefone e todos passavam batidos, davam uma desculpa e seguiam em frente. Em outra esquina, uma garota vestida como secretária executiva fazia o mesmo pedido e era atendida. Mais adiante, um jovem vestido como esses abobados de hoje também fazia o pedido e… nada. Todos lhe tinham uma desculpa para não emprestar o celular. Adiante, um outro jovem, vestido como gente, também fazia o pedido e… era atendido. Resumo da ópera, todos têm preconceitos diante da aparência alheia, confiam ou desconfiam, mas… ficam quietos, não dizem nada, mentem que não têm preconceitos. Têm sim. Eu tenho, todos têm. Sem essa de que vemos antes de tudo as pessoas por dentro. Mentira, as vemos por fora, antes de mais nada. No que não estamos errados. Cuidar-se por fora, vestir-se como gente f

Horóscopo 

Meu Aquário dizia que – “A generosidade brota de forma espontânea e, talvez, dirigida a quem não a mereça. Porém, não valerá a pena você frear esse fluxo divino que brota do coração. Isso é algo que precisa ser vivido assim mesmo”. Mas cansa. Tu chegas cheio de amor para dar, gentileza daqui, gentileza dali, presentinho, isso e mais aquilo e… alguns torpes da sensibilidade nem aí, parece que você lhes faz um favor. Tudo tem limite.

Falta dizer 

Uma mulher escreveu para uma tevê pedindo conselho à psicóloga do programa: – “Tenho 63 anos e ainda trabalho, ultimamente tenho tido insônia, o que será isso”? Fico pensando: A expressão “ainda trabalho”, e só tem 63 anos, é muito reveladora. Mulher chorona, tu mereces desemprego e cuidar de um marido borrão! “Ainda” trabalho…