Correr para morrer

Por: Luiz Carlos Prates

03/05/2018 - 12:05 - Atualizada em: 14/05/2018 - 14:16

Há vários tipos de pressa na vida. Um deles, talvez o mais conhecido, seja a pressa diante de um compromisso para o qual estejamos atrasados. Se tivermos compromisso com esse compromisso, vamos correr, nos apressar. Mas esse é um tipo de pressa objetiva, que não nos ocorre a todo momento. Essa pressa não nos faz mal, mas… Há um outro tipo de “pressa” que exige seja colocada entre aspas. É a pressa pelo nada, uma pressa produzida pela ansiedade, um tipo emocional de ser. As pessoas ansiosas, logo, inseguras, vivem com pressa, vivem correndo, vivem derrubando objetos, vivem se irritando com muito pouco… Objetivamente elas não têm razão para essa pressa, para esse jeito de ser. Quem as vê a distância pode pensar que estão assim, nervosas, porque correm atrás do relógio para não se atrasar diante de algo importante. Não há nada de importante, costumeiramente, na vida dessas pessoas.

Por que a pressa? Já disse, ou estamos atrasados diante de um compromisso ou vivemos atrasados por neurose, jeito de ser, ansiedade… E essa pressa mata. Mata porque ela altera os batimentos cardíacos em razão da maior e constante presença dos hormônios Cortisol e Adrenalina na corrente sanguínea. Esses hormônios são indispensáveis à vida, tanto para lutar quanto para fugir de perigos, e aqui é fugir mesmo, correr. Esses hormônios nos dão energia, força muscular, potência, enfim, porém… Usados fora de hora, ou a toda hora como no caso dos ansiosos, o coração vai falir, mais cedo ou mais tarde. Infarto, derrame ou um AVC, o que for, se alinha no horizonte dos ansiosos e apressados pelos nadas da vida…

Povos antigos, os que primeiro pensaram a estúpida condição da vida humana, deixaram-nos uma filosofia para pensar. Eles diziam que todos nós ao nascer recebemos (de Deus?) um roteiro de tarefas, quanto mais cedo completássemos esse roteiro, mais cedo morreríamos. Claro que os de cabeça pequena entenderam errado, acharam que fazendo corpo mole no trabalho ou nada fazendo viveriam para sempre. Coitados do apoucados da mente.

O que os antigos quiseram dizer com essa filosofia do “roteiro a ser cumprido na vida” foi que com vagar fazemos tudo melhor, vagar significa não se estressar, não correr. E quantos de nós andamos às pressas por nada, derrubando tudo pela frente, ansiosos, demoníacos contra nós mesmos? Ou damos um jeito nessa “pressa” neurótica ou ela nos vai levar mais cedo para um “paraíso” não desejado, cruz, credo!

Vida

Cientistas espaciais continuam discutindo a hipótese de vida extraterrestre. Bolas, é certo que há vidas por aí tudo, mas… Diferentes das nossas. Os caras querem encontrar ETs, com olho na testa e bobagens desse tipo. Nada disso. Imagino esses seres em formas e energias diferentes das nossas, muitos deles por aqui entre nós, sobre os meus e os seus ombros, prove-me que não… Ouvi um cientista dizer que é pouco provável vidas extraterrestres porque há pouco fósforo no espaço, mineral indispensável à vida. Coitado. Estão buscando tipos iguais a nós, coitados. Os extraterrestres estão bem mais perto de nós do que muitos imaginam…

Futuro

Florianópolis fez uma Feira do Livro, melhor teria sido não fazer. Meia-dúzia de gatos pingados, nenhuma atração especial, nada. E se fosse uma feira de modas ridículas, dessas que as mulheres e os homens andam vestindo? Ah, seria sucesso nacional. Molambentos. E gravam vídeos querendo um Brasil melhor. Olhem-se no espelho!