Guris e guris, andem na “contramão” que vocês irão mais longe, bem mais longe, além de provocarem invejas, admirações e de tudo um pouco na cabeça dos outros. Claro que vocês notaram que o “contramão” que sugiro está entre aspas, não é a contramão do trânsito, nesse vocês se arrebentam se andarem na contramão.
A contramão de que falo é a contramão dos costumes, dos modos, das ações, dos valores, da fala, das roupas, do produto humano, enfim. O que vemos por aí é desanimador. E o que mais se vê por aí? Pessoas malvestidas, com roupas “rasgadas” por moda, pessoas com o corpo mutilado por tatuagens, pessoas de fala rasteira, vocabulário pobre, conhecimentos minguados, valores discutíveis... Uma perdição coletiva. É como hoje o rebanho anda.
Quem andar na “contramão” vai ser um enorme sucesso, ainda que os admiradores finjam não ver, não reconhecer, não aplaudir. Digo isso acabando de ler uma entrevista do Muricy Ramalho, ex-treinador de futebol, um vencedor, mas ao tempo de treinador um emburrado, emburrado por que é assim que são definidos os hirtos de comportamento, os exigentes, os disciplinados e competentes.
Muricy conta que quando treinava o Fluminense, faz alguns anos isso, foi procurado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para assumir a Seleção Brasileira. O encontro foi marcado para a sede da Confederação. Dia e hora marcados, lá se foi Muricy para ouvir a proposta. Esperava pelo presidente quando este chegou... Chegou de bermuda, chinelo de dedo, mais à moda da praia que à sede da CBF para um contrato sério. Muricy conta que ali, naquele momento, nem pensou em mais nada senão em cair fora. Um sujeito com aquela aparência, com aquele desleixo, presidindo a CBF, não podia ser, não passava confiança. Muricy nem o cafezinho aceitou e foi embora. Certíssimo.
Claro que não vão faltar os abobados para dizer que uma coisa não tem nada a ver com a outra... Tem tudo. Nossas roupas mostram dos nossos compromissos e seriedade em certos momentos, assim como nossa linguagem e o modo como coçamos a cabeça ou limpamos o nariz. Tudo nos revela. E o que anda por aí tem revelado gente baixa, rasteira, infame mesmo. E todo isso desde os mais altos “escalões da República”. Andar na contramão desses costumes rasteiros é dar um tapa na cara dos que andam no rasteiro. A maioria.
Fórmula
Os jovens precisam saber do novo mercado de trabalho. Primeiro, você tem que ser muito bom em dois assuntos, duas áreas em que você possa atuar profissionalmente com bons resultados e... por segundo, saber sobre de tudo um pouco. Ler imperiosamente um jornal por dia, se possível dois, ler muito. É como se você fosse um atleta e tivesse que manter o corpo afiado para as disputas, mesma coisa. E o que se vê? Dispersões, falta de leitura, de conhecimentos e competências profissionais a desejar. Então, não se queixem!
Falta dizer
O Brasil tem hoje em torno de 15 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza, renda mensal de R$ 136,00. Alguns “oportunistas” disseram que tinham acabado com isso. O Brasil tem é que acabar com os caudilhos exploradores da miséria do povo. “Acabar”.