Lembrar-se do santo só quando troveja – Leia a coluna do Prates desta quarta-feira (13)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

13/05/2020 - 06:05

Você já sabe do meu apreço por frases populares, daquelas que com meia dúzia de palavras resumem uma enciclopédia. Lembras das enciclopédias? Ficaram na História…

Uma dessas frases populares nos lembra da nossa cara-de-pau diante da vida, nós que nos dizemos crentes, fiéis a deus, isso e mais aquilo, balelas históricas.

A frase é – “Lembrar-se do santo só quando troveja”. Traduzindo: quando tudo nos vai bem, quando estamos numa boa, não nos lembramos do “santo”, de rezar, de agradecer pelo céu azul por que passamos… Só juntamos as mãos quando “troveja”, quando a vida nos joga algum tijolo na cabeça. Crentes de uma figa!

Eu costumava perguntar aos amigos e conhecidos, tão pronto abria-se a janela das possibilidades, sobre se eles tinham alguma religião.

Todos diziam que sim… Hoje, não mais que metade diz que tem, mas… Diz da boca para fora, você observa a pessoa e vê que ela só se lembra do santo quando troveja. Fé coisa nenhuma.

Agora, vamos ser prático: a fé, a energia da fé, nos ajuda em alguma coisa, em obtermos, por exemplo, um milagre?

Claro que sim. Mas que fique claro, o “milagre” não vem de fora, ele vem ou das possibilidades matemáticas, da teoria da probabilidade, ou vem da nossa força interior…

Dia destes, falando sobre a pandemia do coronavírus, enfatizei nos comentários de rádio que faço para Santa Catarina que a fé sem suor não funciona. Temos que fazer a nossa parte, nenhuma doença é fatal, nenhuma. E todas, qualquer gripezinha, pode ser mortal.

Tudo depende de muitos e até de desconhecidíssimos fatores. Melhor então é ter fé e partir para o milagre. Não ficar no será que vai dar, será que não vai dar? Isso não é fé, é dúvida, e dúvida não produz “milagres”.

Detesto dissimulados, das crianças aos velhos e velhas, mais destes que daquelas. Dizem-se religiosos, não saem da igreja, mas… Criam casos com todos, praguejam, fazem maldades sob o argumento de que os outros não prestam…

E foi esse tipo de ação que levou pessoas na remota história humana a dizer que nos templos sempre houve uma preponderância dos falsos, dos hipócritas fariseus. Pura verdade. Fé e boas ações costumam produzir mágicos milagres… Vê-se então como é difícil um milagre…

Teologia

Ensinam que – Deus é onipresente, onipotente e onisciente. Ora, se deus tem todos esses poderes, ninguém precisa ir a igrejas, deus será encontrado em qualquer lugar, esse é o poder de quem é onipresente.

Então, porque todo o estardalhaço quando uma igreja é fechada? Quem de fato crê (não conheço ninguém) não precisa ir à igreja para “falar e ser ouvido” pelo seu deus. Deus está em todos os lugares. Ou em nenhum…

Boca

O que nos revela diante dos outros não é o carrão, a casa ou o saldo bancário, é a boca. Fala, se queres que te conheça! Ler, ter conhecimentos diversificados, dominar um amplo vocabulário e não ser atropelado pela gramática faz de qualquer pessoa “a pessoa”.

Vai ser admirada, invejada, odiada, mas sempre respeitada. Quem não pode? Os que mais se queixam da quarentena…

Falta dizer

Xuxa, a rainha, fez um desabafo interessante no programa do Rodrigo Faro, na Record. Perguntada do que ela se arrependia na vida, Xuxa disse que se arrependia muito de ter confiado nas pessoas.

Fui engana, traída, roubada, de tudo, disse Xuxa. Ela tem toda razão, você confia e leva um ruidoso tombo… Não confie, leitora, nem nos dentes, eles nos mordem muitas vezes…

 

Receba as notícias do OCP no seu aplicativo de mensagens favorito:

WhatsApp

Telegram Jaraguá do Sul