O cárcere da vida – Leia a coluna do Prates deste sábado (22)

Tenho lido repetidas manchetes, protagonizadas por gente conhecida, famosa mesmo, gente que não se aperta por alguns trocados, mas… Que anda se queixando de depressão em razão da quarentena.

A questão básica não vem da quarentena, vem de nós mesmos, de um convívio mais intenso com as nossas realidades internas. Quanto menos seguros somos por dentro, de mais precisamos de ruídos alheios, de fora.

Há muitos tipos de depressão a produzir crista baixa, um tipo de desmobilização emocional. A falta de uma vida interior agrava o sentimento de solidão, de incompetência existencial, casos em que os barulhos dos outros passam a ser indispensáveis. Quem se dá bem consigo mesmo não sente incômodos em ficar consigo mesmo.

Veja o pessoal que lota as academias de ginástica. São pessoas vazias por dentro, preocupadas com o espelho do banheiro… Não se dão conta de que essa beleza dos espelhos é uma beleza discutível e que não garante nada na vida, nada mesmo. Mas vá dizer isso aos “vazios”.

E não estou querendo dizer que a pessoa deva se atirar na vida, não é isso, cuidar-se sim, mas cuidar-se com a moderação da inteligência, não colocar a vida na dependência do “tanquinho” da barriga. Isso é refinada estupidez.

Muitos se dizem crentes, religiosos, mas só dos beiços para fora. Quem crê em alguma coisa, crê em si e em nada de metafísico ou divino, esse divino é questão de negócio para muitos.

Não há qualquer prova de divinos ou correlatos, tudo tem que ficar dentro dos muros da nossa fé pessoal. No fundo, ou nem tão no fundo, todos intuem que essa história de divino é uma baita lorota.

Nossa vida interior é a única que temos, no aqui e agora. Ninguém jamais voltou ao passado nem conseguiu pôr os pés no dia seguinte, no futuro.

A tal depressão gerada pela quarentena não passa de uma sensação mais forte daquilo que a pessoa já sabe: sua vida é um oceano de vazios… E quem vive no vazio precisa de ecos externos para anestesiar-se; ora, não será num isolamento de quarentena que vão encontrar o que precisam.

Precisam de pé na rua, casados e solteiros, em razão da vida vazia que levam, nada mais que isso. Quem vive bem consigo mesmo, vive bem na cela-cárcere que se chama vida, não conhece depressão. Quem mesmo?

Tempo

O tempo é cruel? Seguido vejo cenas de velhas novelas da TV. As mocinhas lindas de então, estão hoje um tanto “estremecidas” pelo tempo. A maioria delas, contudo, mantém o mesmo ar de beleza, ainda que com as franjas aparadas…

Já outras, que eram muito bonitas, se atiraram, um horror vê-las como eram e saber como estão. São as atiradas da vida, as que dão de ombros para os cuidados pessoais. Relaxadas.

Amor

Tenho lido sobre os desabafos de um ator que perdeu seu cachorrinho de estimação, está arrasado. Muitos o admiram por isso, outros o criticam, afinal, dizem, não se deve chorar pelo leite derramado.

Diachos, tudo tem que ser por metade? Às favas, sou pela intensidade sim. Pela muitíssima intensidade diante do que nos é querido.

Falta dizer

Pô, alguém tem que avisar os cirurgiões em salas de cirurgia e os dentistas em seus consultórios que parem de usar máscaras, máscaras são inúteis, pô, será que os caras não sabem disso?

Os jovens, por exemplo, estão morrendo como moscas no mundo inteiro e sem máscaras. As máscaras os matariam antes… E que pena que eles não sabiam da cloroquina, poderiam estar vivos…

 

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