“Jovens idiotas que vão para o Canada aprender inglês, e o português?”

Por: Luiz Carlos Prates

29/03/2019 - 07:03 - Atualizada em: 29/03/2019 - 08:20

Fato. Um jovem, um sujeito de 31 anos, não tão jovem assim, como se vê, conheceu uma garota num shopping central de Florianópolis. Os dois não estavam sozinhos quando se conheceram. Melhor assim. Estavam num pequeno grupo. Tudo bem. Conversa vai, conversa vem, marcaram de se comunicar à noite pelos endereços sociais/eletrônicos de cada um.

A noite chegou. O tal sujeito mandou uma mensagem para a garota e a convidou para um reencontro no dia seguinte, no mesmo shopping, digamos às 16 horas, certo? E ela respondeu: – “Axo que sim…”. O sujeito tremeu… Axo? Um pouco mais adiante, numa outra frase, ela escreveu que tinha “neçecidade” de…

O sujeito puxou o freio, ah, não vai dar… Não sei como vai acabar a história, soube dela por metade, essa metade que contei, mas… Essa história me veio à lembrança ao ficar sabendo que 34% dos brasileiros que não passam em prova de seleção para o trabalho numa empresa são reprovados por erros de português. E 25% por falta de experiência. Então, veja bem, erros de português reprovam mais que a falta de experiência…

Tem cabimento? Claro que tem. Só ouço jovens idiotas e pais mais idiotas ainda dizendo que vão para o Canadá, os jovens, e os pais felizes por os mandarem para aprender inglês… Aprender inglês quando em português a pessoa escreve “axo”… no lugar de “acho”? E se você estiver surpreso com essas informações, saiba que a tragédia é muito maior,é escandalosa. Poucos, raríssimos brasileiros sabem “ler”, no sentido abrangente da expressão. Só sabe ler quem:

1) decodifica os símbolos,
2) compreende o texto lido,
3) tem condições de postar-se criticamente diante do texto, avaliá-lo corretamente,
4) capacidade de reter na memória
5) evocar o que um dia foi lido. Quem não cruzar tranquilamente por esses estágios da leitura, não sabe ler. Quase todos que conheço concordam e dizem que sabem ler… Poucos que dizem isso sabem de fato ler. Pudera.

Multidões de parvos estão perdendo tempo de vida, envelhecendo diante da luzinha azulada dos celulares ou dos computadores, nunca estudando ou fazendo algo que valha a pena, apenas perdendo tempo com mentiras alheias e próprias. E acham que são modernos e espertos. Não resistem a um “ditado” em sala de aula e menos ainda a uma “redação” de poucas linhas… Quem semeia, colhe. Você não “axa”?

Tontice

Pior que isso, estupidez pura, falta de respeito por si mesmas, falta de personalidade diante de homens… Falo das mulheres que colocam a vida em risco andando na garupa de caras de moto. Sem falar no crime que muitos estúpidos cometem levando crianças na garupa ou na barra da bicicleta. As mulheres não se respeitam e as crianças são joguetes de gente tosca.

Nós

Tinga, um ex-jogador do Grêmio, numa entrevista de jornal, disse que – “É fácil culpar o governo, mas quem faz a cidade é que vive nela”. Aplausos, Tinga. De fato, quem joga lixo nas esquinas? Quem faz barulho desrespeitoso no condomínio? Quem deixa de varrer a calçada de sua casa? Quem transgride no trânsito? Quem vota errado? Quem, quem, quem? O povo. Gentalha.

Falta dizer

Um vadio escreveu num muro: Elite golpista. Onde houve golpe, ô, ignorante? No Brasil é que não foi, por aqui, todos os ladrões e safados, presos ou não, foram eleitos pelo “povo”, não foi por golpe. E quando caíram dos galhos da roubalheira também não foi por golpe, foi por votos do Congresso. Pegar esses vadios da noite e fazê-los aprender o que é golpe, com um “golpe”.