Dia destes ouvi um consultor financeiro falando sobre pessoas que evitam um cafezinho na vida para poupar, para fazer sobrar mais para a poupança. E dizia que há quem faça as contas – tantos cafezinhos economizados por mês vai dar tanto no fim do ano e, lá adiante, anos e anos mais tarde, o sujeito terá feito uma boa economia ao se privar do cafezinho…
Mas o consultor também dizia o que vivo dizendo para mim mesmo e para os meus amigos, leitores, ouvintes, todos, enfim, que não vale a pena o sacrifício de um pequeno prazer para uma discutível economia no futuro. Primeiro, pode não haver esse futuro, quem se garante? Aliás, acabo de ler sobre o falecimento de um “jovem” escritor, 59 anos, superpremiado e que foi dormir para nunca mais acordar. Ninguém imaginava na família, muito menos ele. O coração lhe pregou uma peça. É a vida, é da vida. Economizar cafezinho? Jamais. Economizar, sim, em tolices não necessárias e que incluímos no nosso consumo diário como se fossem coisas importantes. Importantes são os pequenos prazeres.
Vim até aqui, quase final da nossa conversa, para dizer aos jovens pais que alinhavem para os filhos a melhor herança, a única que lhes vai valer a pena: a boa educação. Mas há quem retruque – “Ah, Prates, educação não enche barriga, tem que deixar para os filhos uma boa herança, um terreno, uma casa, um apartamento, dinheiro, isso sim”… – Desculpe-me, leitora, mas essa é a preocupação dos estúpidos, desculpe-me.
Os pais, os bons pais, têm que viver suas vidas e evitar sacrifícios doentios pensando no futuro dos filhos, se os filhos foram bem-educados na infância, pronto, serão bons cidadãos mais tarde, e bons cidadãos não passam fome…
Sim, então, és contra a poupança, Prates? – Quem foi que disse isso? Ninguém é mais incentivador da poupança do que eu, bah, duvido! Mas espere um pouco, só poupar é coisa de gente sem miolos, e especialmente poupar nos pequenos prazeres, isso nunca. Nem vou dizer o que vou fazer agora, bah, vou me atirar num dos meus prazeres… Custa muito? Não, mas se dele eu me privasse, daqui a muitos e muitos anos eu teria uma pequena “fortuna”… Credo, que nojo! Ao prazer!
Dedos
Engraçado, os caras foram pesquisar quantas asas de moscas e baratas há nos produtos alimentícios que consumimos, deu o que falar a pesquisa tamanha a sujeira generalizada… Mas ninguém diz nada das máquina de bater ponto nas empresas onde as pessoas se identificam para o trabalho todos os dias. O dedo usado para bater o ponto é o dedo que se enfia no nariz e e por aí…, o mais sujo dos dedos. Ninguém fala do alto risco de contaminação de doenças até mortais a partir desse fato, ninguém. Claro, é do interesse das empresas, final, os diretores não batem ponto. Reajam, “empregados” cordeiros…
Falta dizer
Inventaram neurolinguística e neuromarketing, bobagens de nomes entreverados para enganar os patos. Tudo o que há no mundo fora da Natureza saiu, sai, da cabeça humana, logo, tudo é neuro… Neuromarketing e neurolinguistica é para impressionar incautos. Existem marketing e linguística.