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Intimidades na tevê – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

21/07/2023 - 06:07

Querer ser, querer aparecer é uma ânsia humana. Todos, inescapavelmente, queremos aparecer. Os que dizem não, dizem isso por razões muito pessoais, mentem. Mas no fundo querem, sim, aparecer, isso é inerente à condição humana. Ocorre que querer aparecer sem que a pessoa tenha algo que a distinga é, costumeiramente, um atalho para o ridículo. As emissoras de televisão, por exemplo, as que se consideram grandes, estão completamente desnorteadas. Querem “aparecer”, ter audiência e estão entrando pelo cano, pelo cano do ridículo, da baixaria. Nem vou falar dos aspectos de muitos dos tipos que estão no vídeo, como se vestem, como falam, o que dizem e por aí… Nem vou. O que me irrita, o que me descarrila, é o descaminho nos conteúdos. Ontem… Arrumei o chimarrão, liguei no canal GNT, outrora chamado de o canal da mulher, e fiquei a espera para ver um programa liderado por um cidadão chamado de Porchat. Convidados simpáticos, bem conhecidos, três atores e uma atriz. Simpatizo com os três, todavia… Lá pelas tantas, veio a proposta para que falassem de surubas de que participaram. Surubas? Sexo coletivo e promíscuo, é isso? Tudo numa boa, risos e mais risos. Mas, esperem aí, as pessoas não se constrangem mais de falar de suas intimidades e admitem até mesmo esse tipo de brincadeira, surubas? Agora é assim. Volto à velha sentença do jesuíta Baltazar Gracián, (1601/1659): – “Fala, se queres que te conheça”! Ou então, para as tevês: ponham no ar os seus programas para que nós, telespectadores, as conheçamos por suas administrações de conteúdos! Virou coisa natural falar de bandalheiras, com linguagem chula, com vulgaridades, com desrespeito aos telespectadores e a toda comunidade aqui do lado de fora. Já falei aqui de “bonitonas”, atrizes, mulheres de todas as classes e agora essas levianas que se intitulam influencers contando de suas intimidades. Com quem fizeram sexo pela primeira vez, onde, como foi e por aí… Intimidades que nem depois do quinto uísque e num quarto de motel as pessoas devem falar. Virou moda, mas é bom não esquecer: As pessoas se revelam pelo que dizem, do que acham graça e como se comportam, de todos os modos, enfim. Surubas na televisão, era só o que faltava. E não duvide, qualquer dia farão ao vivo. Off…

ESPERA

O relógio continua fazendo um tique-taque sem parar. Não tem como pará-lo, então, fui à cozinha, trouxe um banquinho e vou esperar. Esperar sentado. Já houve o incentivo para a compra e venda de carros populares, mais baratos, para o povão. Agora vem o incentivo ao consumo de eletrodomésticos mais fáceis… Mas nenhum sinal de incentivo e facilitações às editoras, às livrarias, à circulação de mais livros entre a população. Ah, entendo, livros dão urticária em certos camaradas, ah, entendi…

CINISMO

Um bom samaritano jamais teria esse cinismo, essa cara-de-pau. Um jogador de um dos grandes do futebol de São Paulo aparece nas fotos com a camiseta levantada depois de um gol… Numa camiseta por baixo, lia-se: – “Amo Jesus e minha família”. Descarado. Esse mesmo “beato” está sendo processado por não pagar pensão alimentícia. É o que mais anda por aí, “religiosos” da boca para fora, mentirosos, torpes mesmo…

FALTA DIZER

Vendo documentários no Canal Viagem, viajamos, mas… Podemos nos aborrecer. Acabo de ver imagens de um antigo mosteiro espanhol, de 200 anos. Para aquele lugar sem vida eram mandados rapazes pobres e sem força para dizer não. Mesma coisa que famílias estupidamente religiosas faziam com suas filhas, as silenciavam em conventos. Pobrezinhos/as.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.