Imagine quantas surras são vividas e não registradas – Leia a coluna do Prates desta quarta-feira (20)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

20/05/2020 - 06:05

Você conhece o ditado, o convívio mata o mito.

O que significa isso? Significa que quando passamos a conviver com quem até então admirávamos, a sedução, o encanto vai desaparecendo…

E por quê? Por que simplesmente nos vamos desnudando em nossas verdades forçadamente escondidas, desconhecidas ou desconsideradas por quem agora está ao nosso lado. Todos somos bem diferentes do que aparentamos.

E nada melhor que a distância para ficarmos melhor diante dos olhos alheios, aliás, já foi dito que para uma pessoa ficar boa ela tem que morrer ou ir para bem longe.

Ao nosso lado, poucas pessoas “sobrevivem”, nós, inclusive. Aliás, só nós nos conhecemos e, cá para nós, somos muito pouco do que andamos por aí enganando aos desatentos.

Vim até aqui, leitora, trazido por uma manchete produzida pela quarentena que passou a ser nossa prima-irmã, a conhecemos bem de perto, fomos obrigados a conhecê-la. A manchete diz assim: – “Aumentou em 30% em São Paulo a violência contra a mulher”.

Aquela coisa de marido e mulher, amasiados, mais das vezes, terem sido obrigados a ficar lado a lado durante muitas horas do dia da quarentena. Insuportável para a maioria.

Só que tem uma coisa: esses 30% foram de casos levados à Polícia. Imagine quantas surras, desaforos, ofensas e “cala a boca” foram vividos e não registrados…

Mas o que eu queria mesmo dizer é que o convívio não mata o mito quando os dois são educados, sensíveis e de fato se amam. Ninguém me vai dizer que o convívio sempre mata o amor.

Se alguém me disser isso, ah, vá catar coquinhos, amor cresce no amor, no convívio, no estar juntos, no roçar um braço no outro na hora do chimarrão, da caipirinha, do vinho ou dos bolinhos fritos…

Ocorre que hoje os casamentos, mais das vezes, ajuntamentos, resultam de sentimentos de solidão, inquietação, menoscabos, baixa autoestima, desespero pela solteirice, especialmente de parte das mulheres. E em assim sendo, juntam-se.

Ora, nesse caso é claro que um convívio forçado por alguma situação vai provocar a morte do até então “mito”, o convívio vai matar esse mito.

Mas que fique claro, só os ordinários, os vagabundos, os safados, os mentirosos brigam por estar juntos, “confinados”. E com vagabundos não se deve alimentar conversa, mas desprezo. Elas que saibam disso enquanto é cedo e caiam fora.

Contágios

Há contágios perigosos, mas perfeitamente evitáveis. Há outros, todavia, que são absolutamente danosos à vida, à vida emocional, com repercussões no corpo físico: é o contágio energético com pessoas pessimistas, rancorosas, mal-humoradas, briguentas, chatas mesmo.

É o que mais anda por aí e muita gente se enferma sem saber da causa, a causa é o caráter bichoso dele ou dela. É cair fora antes de cair num UTI emocional…

Perigos

Encontros com amigos num barzinho, no clube, numa festinha da empresa, em qualquer lugar, podem ser altamente tóxicos para a saúde mental de qualquer pessoa menos resistente nas imunidades emocionais.

Não nos damos conta, mas sempre há perto de nós pessoas que são um desastre para os nossos entusiasmos… Mas cuidado, nós podemos ser essa pessoa para os nossos mais próximos.

Os “vírus” são as ideias, valores e descomposturas passados pela fala…

Falta dizer

Impossível a brasileirada ter um bom futuro. Brasileirada é pejorativo, já disse. Intencional.

Agora, na quarentena, sobram dicas de realçar a sobrancelhas, manter o corpo em forma, videogames, improvisar uma live, bobagens, enfim.

Nada de nada sobre livros. Quem lê? Quais os livros mais procurados? Nenhuma TV fez pesquisa disso. Credo!

 

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