Imagens que não se apagam – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

13/02/2024 - 07:02 - Atualizada em: 13/02/2024 - 07:56

Ela morreu faz pouco tempo, morreu envenenada, coitada. Envenenada pelo seu passado. Já conto sobre quem estou falando e por que estou falando. Antes, preciso lembrar que nossas impressões digitais garantem que somos únicos, não há ninguém igual a nós. Vale o mesmo para o modo de sentir e pensar. Ainda que encontremos alguém “igual” a nós, esse alguém tem muito de diferente de nós. Podemos pensar parecido, gostar da mesma comida, dos mesmos tipos físicos, torcer para o mesmo time, crer no mesmo deus, tudo muito parecido, jamais iguais. A Psicologia nos garante que o nosso carimbo identitário vem da primeira infância, do “período de molde”, que começa ao nascermos e que vai, mais ou menos, até aos cinco anos. Nesse tempo, a criança não tem juízo de valores, ela assimila tudo o que vê e ouve como verdade. Estímulos dos pais, coitadinhas. Acabei de ler sobre o laudo médico da morte da cantora Sinéad O’Connor, britânica, falecida há poucos meses aos 56 anos. O laudo médico diz que ela morreu de “causas naturais”. Estupidez alguém dizer uma coisa dessas. Todas as causas são naturais, mas há uma causa para cada morte. Geralmente quando falam em causas naturais se trata de suicídio ou de doença que “envergonha” as famílias… Sonsos. Lendo sobre a vida dessa cantora, fica-se sabendo que os pais brigavam dia e noite e ela, menininha, vendo tudo… Logo em seguida, os pais se separaram e a mãe pirou. Surrava a filha por nada e, sobretudo, contou Sinéad, a mãe a surrava na barriga, sobre o ventre para que ela tivesse o útero destruído e mais tarde não pudesse ter filhos. Pode uma loucura dessas? Sinéad cresceu e teve um filho. O jovem se matou aos 17 anos, ano passado… Com a infância que teve, perdendo o filho por suicídio, lembranças azedas da infância à vida adulta, como viver sem perturbações mentais? E desse modo como viveu Sinéad vivem hoje muitíssimos filhos, todos com as ervas daninhas dos pais plantadas em suas cabeças. Coitada da Sinéad, coitadas das crianças com esse tipo de pais. Sinéad não teve culpa de nada, ela viveu as danações que os pais lhe passaram no período de molde. Infelizes!

TCHAN

Não segurar o “tchan” sexual é uma aposta perigosíssima e quase sempre a produzir duradouros arrependimentos. Durante o carnaval é quando mais brasileiros fazem sexo casual, vamos que vamos, sem camisinha, sem mesmo conhecer bem a ele ou a ela… As doenças sexualmente transmissíveis costumam explodir nesses dias. Tudo pela irresponsabilidade do entusiasmo típico dos levianos. Sexo no casamento já é muitíssimo arriscado, imagine pelas esquinas…

FALA

Tevê ligada, vendo lances de carnaval. De repente, um repórter da Globo no meio do povo, em Recife, entrevistando um, entrevistando outro e assim ia até que colocou o microfone diante de um homem que disse não falar português, ele era francês. O repórter nem piscou, começou a entrevistá-lo em francês. Magnífico. É a velha história do – “Fala, se queres que te conheça”! A vida é assim, cedo ou tarde nossos talentos nos revelam e elevam, basta que os tenhamos. É só querer.

FALTA DIZER

Carnaval, não adianta os outros espernearem, é só no Rio. Os blocos têm instrumentos de sopro, o pessoal só toca e canta músicas de carnaval, sem essas besteiras agora inventadas de rap, sertanejo e populachos. E o que dizer das Escolas de Samba do Rio? Disciplina militar, criatividade singular, envolvimento epidérmico dos componentes e o “puro” samba. Não adianta, Rio é Rio.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.