“Funcionário plantinha não serve para o mercado de trabalho”

Por: Luiz Carlos Prates

29/05/2019 - 07:05 - Atualizada em: 29/05/2019 - 07:26

Ando até aqui de desculpas frouxas e modernismos ocos. Pessoas aéreas, que não se garantem em nada, criam “novidades” e, como elas são maioria, acabam aceitas pelos desavisados. Antes de clarear o assunto, deixe-me lembrar que uma árvore sem raízes, boas raízes, será derrubada pelo primeiro vento mais forte. E assim acontece conosco, os seres humanos.

Precisamos de raízes de todo tipo, a começar pelas raízes de ordem moral, essas raízes nos devem fazer inabaláveis diante dos ventos da vida, tantos os ventos das tentações quanto os dos desafios no trabalho…

Ouça esta manchete de um site jornalístico: – “Eles não querem ficar muito tempo nas empresas, eles querem é ser felizes”. Era uma reportagem sobre os jovens diante do mercado de trabalho.

Sim, eu sei que muitas empresas “modernas” não mais querem ter funcionários por muito tempo, melhor é descartá-los antes que fiquem caros, como se qualidade pudesse ser discutida ou avaliada por salários. Agora tem uma coisa, não são apenas essas     empresas que não querem mais dar raízes aos seus funcionários.

Também os jovens estão a gritar pelas esquinas que Deus os livres de ficar por muito tempo no mesmo trabalho. E ao meio dessa fumaça, encontro outra manchete, esta: – “A vida é curta para trabalhar num só lugar”. Quem dizia isso era um estonteado de 21 anos num jornal de São Paulo. Esse tipo de gente também pensa assim em relação ao casamento, seguramente. E outra coisa, quem não fica “muito tempo”, como sinônimo de bom tempo num determinado trabalho e numa determinada empresa, não desenvolverá aprendizados que só o tempo nos dá.

Vivo dizendo que nosso trabalho tem que configurar um especial tipo de casamento, uma “vocação” ou paixão, o que dá no mesmo. Sem isso, o sujeito só vai trabalhar pelo salário e quem trabalha só pelo salário não se importa se hoje está aqui e amanhã ali ou acolá.

Mas que fique claro que nenhum sujeito que viva ou se proponha a viver seu trabalho como uma borboleta louca, andando de cá para lá e de lá para cá, vai ser alguém respeitado em sua área de trabalho. Não vai. Funcionário plantinha não serve para o mercado, a vaga deve ser guardada para os “Cedros”…

 

Borboletas

Jovens “profissionais” que dizem não querer ficar muito tempo numa mesma empresa me fazem lembrar pessoas que compram pacotes de viagens para conhecer 10 países europeus em 8 dias, muito comum. São “borboletas” com passaporte para a idiotice. Voltarão ao ninho sem saber de nada, sem ter visitado nada, sem ter sentido o gosto do curtir, apreciar, o que de bom existe em cada lugar. Borboletas humanas.

 

Seguro

Já disse aqui que o seguro não morreu de velho, como dizem. Ele nunca existiu. Nada na vida é seguro, mas… Podemos dar mais longevidade a certos projetos. Acabei de ler reportagem sobre  Seguro-Desemprego. O melhor “seguro” para o emprego é ser a pessoa ética, esforçada, motivada para sempre saber mais e mais e jogar o jogo da empresa. Não é um seguro de vida, mas preserva a pessoa por mais tempo na vaga e no mercado. O resto é vilania de vagais…

 

Falta dizer

Reencontrei ontem um velho amigo. Feita a saudação de aproximação, – E aí, tudo bem? E ele me respondeu que “melhor estraga”! Claro que é um modo de dizer, fosse verdade, seria preocupante. Nada mais preocupante que uma pessoa “satisfeita”, ela nada constrói e por nada luta. A insatisfação é linha reta para uma vida melhor. Cuidado.

Quer receber as notícias no WhatsApp?