“Frases mastigadas”

Por: Luiz Carlos Prates

17/08/2018 - 14:08 - Atualizada em: 17/08/2018 - 14:09

Já contei aqui cansativas vezes que sou colecionador de frases. Aprendi isso com meus inesquecíveis professores de Oratória no Colégio Nossa Senhora do Rosário, em Porto Alegre. A exemplo dos gregos clássicos, os maristas nos ensinavam a guardar frases, aforismos, sentenças, provérbios, orações, tudo em resumo de poucas palavras.

E nos diziam que essas frases seriam alicerce para qualquer discurso, em qualquer circunstância. E alertavam para o fato de que a fala de improviso depende da qualidade do que foi guardado na memória, e que frases podem-nos fazer dar cabo a qualquer ideia aparentemente sem saída…

Vim até aqui para dizer que acabei de ler um artigo que me fez de lembrar de uma frase daquelas que resumem tudo numa dada situação. O texto do tal artigo começava assim: – “Como lidar com o término de um namoro: 7 dicas para sobreviver ao fim de um relacionamento”.

Então, vamos lá. Desprezei as dicas do artigo, as dicas alheias, vou ficar com as minhas dicas. Para um namoro acabar, há duas possibilidades: a primeira, mandei-a embora, não a quis mais; a segunda, ela me mandou achar o que fazer, não me via mais como alguém interessante. Se o caso for de ela não me querer mais, só há uma saída: lembrar de uma frase, de um provérbio e tomá-lo como remédio: – “Não se chora pelo leite derramado”.

Adianta chorar pelo leite derramado? O leite voltará à panela? Claro que não. Então, amiga, se o pacóvio foi embora, não a quis mais, vire a página. Virar a página é outra frase-feita e que serve como remédio. Vire a página e não chores pelo leite derramado.

Sem essa de “terra arrasada” porque o namoro acabou. Ademais, se ele ou ela nos deixou é porque de nós não gostava. E não há nada mais estúpido que chorar por quem não nos quer ou gosta. E como diz o meu amigo Paulo Alceu, “a vida segue”. Mas o que precisa ficar muito claro é que não devemos perder tempo com quem não nos gosta ou conosco quis ficar. Amor tem que ser espontâneo e em mão dupla… Ou nada feito. Amar sem ser amado é coisa de gentinha que não se respeita. A melhor dica para a dor-de-cotovelo? Duas. Virar a página e não chorar pelo leite derramado.

Etiqueta  

Todos os plebeus que entram para a família real inglesa têm que fazer um pesado curso de Etiqueta, boas maneiras. Aplausos. E vou mais longe. Sugiro que aqui entre nós, por razões mais que óbvias, tornem-se obrigatórias as cadeiras de Educação Moral e Cívica e Etiqueta. O que anda por aí é de assustar, gente sem modos, grosseira, estúpida mesmo. E falo dos que se acham, da classe média para cima. Bárbaros da grossura, toscos das etiquetas. Ferro neles.

Modos

Sobre o que acabei de falar, o diacho é que muitos concordam, mas… Tossem sem proteger a boca, espirram na frente de todos, sentam de pernas abertas, mulheres caminham arrastando os pés, bandos, enfim, de gente sem modos nem graça. Mas todos se achando e ai de quem lhes dê um pito, saem chifrando e dizendo-se vítimas disso e mais quilo ou, pior, vendo-se vítimas de preconceitos. Gentinha.

Falta dizer

Já falei hoje sobre o que fazer para não sofrer quando um namoro acaba. Vale dizer sobre o que fazer quando a pessoa é demitida. O que fazer? Avaliar as razões da demissão, entendê-las como parte das ações de mercado ou repensar o modo de agir, quase sempre, o mais aconselhável. Sair cuspindo e praguejando costuma ser cegueira de “vítimas”.