“Finja, quero ver!”

Por: Luiz Carlos Prates

10/10/2018 - 10:10 - Atualizada em: 10/10/2018 - 10:35

Só desejamos o que não temos, certo? O exemplo que mais costumo dar é o do sujeito que casou com a Miss Universo e uma semana depois do casamento já está espichando olho para uma vizinha lá da esquina.

Vizinha sem graça, sem nada, mas… não é da posse do sujeito, logo, ele suspira por ela. Infelizmente é assim, típico dos humanos e me parece que é uma característica bem mais acentuada nos homens, nos homenzinhos, quero dizer…

Desembarquei no aeroporto Hercílio Luz e enquanto esperava pela minha mala, lia publicidades pelas paredes. Numa dessas publicidades, um carrão. Carro de marca famosa, potente e caro, bem acima das posses dos mundanos que esperam malas…

Sobre o carrão mostrado na publicidade havia uma frase. Frase típica da esperteza dos publicitários, caras que conhecem bem os valores humanos mais rasteiros. A frase que encimava o carrão dizia assim: – “Vai ser difícil fingir que não viu”!

O que significa essa frase? Significa o que a maioria anda procurando, um objeto, seja o objeto que for, caro, ao acesso de poucos, como, por exemplo, um carrão. E você dirigindo esse carrão, os outros não vão ter como dizer que não o viram na direção… Exibição pura. Ninguém precisa de um carro ou o que for de preço elevado… salvo se for para se exibir, para ostentar para os outros. Mas quem é que faz isso? Os vazios, os de cabeça oca, os apoucados da mente.

E esses, vivem desejando “ter” para poder ser… Eles se sentem pequenos, uns nadas, mas… com um carrão daqueles serão notados pelos outros. Coitados dos sofredores da pequenez, os de cabeças estreitas, os verdadeiros pobres na vida.

Quando precisamos ter para ser, nada somos. Se nossos valores não cruzarem pela nossa paz interior, paz assentada sobre valores sólidos de ordem moral e existencial, podemos nos vestir de seda chinesa ou de ouro das minas do rei Salomão, seremos uns sem-graça, sem nada.

E para evitar um sentimento mais deprimente ainda, muitos avançam o sinal no rumo das ostentações, dos exibicionismos. E nesta sociedade deteriorada em que vivemos, os carros ainda são os cartões de apresentação preferidos, na verdade, “fake” apresentações…

E se você tiver dúvidas, leia o livro Os bilionários. Bilionários americanos moram em casas “modestas” e dirigem carros de muitos anos. Quem é não precisa parecer ser…

Verdade

Um diretor latino-americano de rede social de namoros disse  numa entrevista que as relações afetivas, namoros e casamentos, estão durando cada vez menos.

Ah, que novidade! Pessoas levianas se oferecem ou andam “caçando” eventuais romances com desconhecidos que pululam nessas redes sociais.

Apaixonam-se de imediato por desconhecidos/as, juntam-se e logo depois, divórcio, separações ou graves prejuízos. Os inteligentes não namoram por redes sociais. Os inteligentes, eu disse.

Toscos

Sim, são toscos, vão me desculpar, os que xingam, ofendem, vociferam contra as ligações telefônicas do pessoal que opera telemarketing.

As ligações podem desagradar, sim, mas xingar o pessoal que está trabalhando é coisa de gente de cabeça pequena.

Não quer, não quer, mas não precisa ofender. Quem trabalha precisa ser respeitado/a. Como é que “outras” ligações não se incomodam de receber, hein, sonsos? Desagradáveis.

Falta dizer

A novidade, a renovação, que nós, eleitores, queremos em todas as instâncias políticas é a renovação do caráter. Não se atreva algum dos eleitos de agora atravessar o sinal das lisuras, da decência, será pegado pela gola e… Vai ver o que não é nada bom, não se atreva/m… Todos até agora fizeram cara de honestos, mas é muito fácil ser honesto “antes” das tentações. Cuidado!