Falar e calar

Por: Luiz Carlos Prates

17/02/2016 - 06:02 - Atualizada em: 17/02/2016 - 10:05

Silêncio ou palavras elevam ou acabam com um casamento. Com um casamento ou com qualquer “casamento” social por que passemos, o do emprego, por exemplo. Sim, porque a nossa vinculação à empresa onde trabalhamos – o pessoal – não deixa de ser um casamento.

Aliás, vivo dizendo que se há casamento que tem que ser por amor é o casamento com nossa carreira, com nossa vocação profissional. De outro modo, passaremos as melhores horas do dia, dos melhores anos de nossa vida, trabalhando apenas pelo salário. Não há quem possa ser feliz assim. É mais ou menos como quem casa por dinheiro, dele ou dela, mais deles que delas, dizem as estatísticas.

Mas falei que não há casamento que dure sem que haja de parte dos cônjuges a habilidade para o silêncio e a habilidade no falar. A vida nos ensina que há hora para falar e hora para calar, quem souber fazer isso com habilidade vai viver mais e melhor na vida conjugal. Mas o que ocorre?

Dia destes li uma entrevista com uma “famosa” economista brasileira, ela, em nome do presidente de então, fez uma barbaridade contra os pobres… Não lhe vou dizer o nome, mas ela – em nome do tal presidente – levou pessoas à falência e ao suicídio. Ela sabe disso e falou disso, ainda que se defendendo… Essa mulher falou de um ex-marido dela, já falecido e famosíssimo na televisão. Segundo ela, ele era um cavalheiro quando tudo ia bem, mas insuportável quando estava com os pés de fora. Dizia o que não devia, feria muito a pessoa que estava com ele. Um cara desses é um imbecil, igual a muitíssimos que andam por aí posando de bons maridos. Claro, vale para elas. Insuportável uma mulher que ao sentir-se frustrada diz o que não deve, pragueja e traz, por exemplo, a família do marido para a discussão, pai, mãe… Insuportável tal tipo de mulher, ou de marido.

Saber calar na hora certa para não dizer ofensas que mais tarde vão produzir arrependimentos em quem as produziu e mágoas inesquecíveis para quem as ouviu, é sabedoria. Deixar os outros falar, desabafar, ofender à vontade e só depois falar, constrange a quem estava dizendo bobagens e eleva a quem sabe ouvir. Boa possibilidade então de o casamento durar um “pouquinho” mais. Sim, porque os casamentos de hoje vão acabar em divórcio, isso é tão certo quanto o próximo pôr-do-sol. É a modernidade produzida por levianos que “casam” durante a balada ou várias vezes antes de casar, casamentos no carro, por exemplo… Fui claro? A colheita depende da semeadura…

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