“Estamos sós”

Por: Luiz Carlos Prates

29/11/2019 - 08:11 - Atualizada em: 29/11/2019 - 10:27

Você pode, neste momento, estar cercado de pessoas, mas é bem provável que esteja só… – Ué, como isso é possível, Prates? É o que mais acontece, amiga. É o que mais acontece neste nosso mundo de hoje, não era assim no passado.

No passado, as famílias eram grupos de muitíssimas pessoas, pai, mãe e uma longa lista de filhos, de irmãos, primos, tios, avós, de tudo um pouco. Todos morando por perto, muitos na mesma casa; era difícil a solidão…

Hoje não, hoje vivemos amontoados em prédios e mais isolados do que jamais, em pequeninos apartamentos. Vivemos isolados com alguém por perto, que pode ser a mulher, o marido, um filho, dois e olhe lá…

Na escola temos colegas, conhecidos, não amigos.

O mesmo vale para os colegas de trabalho. Fazer amigos exige tempo, a exemplo do amor.

Alguns abobados se conhecem numa balada e saem dizendo no dia seguinte que estão se amando, que conheceram o amor.

Vem daí os grandes desapontamentos na vida, achar que conhecidos, colegas, amigos ou que ele ou ela, da balada, é amor… Inconstantes as modernas facilidades de hoje para conhecermos pessoas, estamos sós, como nunca antes.

Esse isolamento em torno de “multidões” está criando ansiedades, medos, inseguranças e depressões de modo preocupante. E essa crise tanto vale para quem mora no meio da floresta amazônica quanto em Nova Iorque… Precisamos de amigos e precisamos de amores…

Mas isso exige tempo e “desnudamentos” emocionais, de caráter e de personalidade como um todo. Não se pode amar uma fachada.

Mas andamos sem tempo, andamos muito ocupados com os nadas da vida moderna, perdendo tempo com inutilidades e exibicionismos das nossas mentiras “sociais”. Impossível, desse modo, termos alguém conosco e fugirmos da solidão…

O que contamos de mentiras para os outros contam para nós mesmos. E olhe, não vamos longe, esse hiato, essa separação de corpos e almas, esse isolamento e solidão, está acontecendo no futebol brasileiro.

O pessoal só tem em comum a camiseta, fora disso, cada um está jogando para si mesmo, nada para o grupo ou para os tolos das arquibancadas. Isolamento e solidão é o nome do jogo.

Não pode dar certo. Dois ou três amigos é uma multidão para poucos, quem os tiver celebre. E é mil vezes melhor do que ter milhões de “seguidores” inúteis. Diachos, para quem eu vou ligar agora…?

Vergonha

Há um estúpido ditado que diz – falem mal, mas falem de mim. Negativo. Falem bem ou calem-se… A manchete vem do Ministério da Saúde: – “Santa Catarina é o Estado que tem mais casos de sífilis por 100 mil habitantes”.

O que acontece? Os homens, por ignorância e maioria, não querem usar a camisinha que evita as infecções, e as mulheres não se impõem para dizer não… A ignorância mata.

Carros

Os carros vão começar a sumir das ruas. Você teria recursos para pagar estacionamento todos os dias para deixaro carro enquanto trabalha? Ou teria recursos para pagar por uma garagem durante a noite? Em Porto Alegre agora é lei, os novos prédios não precisam mais ter garagens. A gauchada vai ter que repensar a vida. Ave, Cezar, beleza de lei…

Falta dizer

Ouça esta que vem do Mapa da Desigualdade, da Rede Nossa São Paulo: – Gravidez na adolescência de bairro pobre de SP é 53 vezes a de bairro rico”. Penso que vale para todo o Brasil.

Dado o desconto da falta de educação, vão me desculpar, como é que “isso” sabem fazer sem escola? Semeiam? Colham, e não peça ajuda…

 

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