Em razão de uma manchete que me acaba de cruzar pelas retinas, lembrei-me de um ditado que anda por aí há muito tempo e que, antes de tudo, está errado. O ditado diz que – “O cão é o melhor amigo do homem”. Imagino a intenção do imbecil que cunhou essa frase, deve ser alguém do tipo dos que criaram as religiões, um misógino nauseabundo…
O ditado, como disse, está completamente errado, ora já se viu dizer que “o cão é o melhor amigo do homem”… O cão é, isso sim, o melhor amigo do ser humano”, e dito assim, pronto, aí estaremos diante de uma verdade eterna, sem contestações.
– Ah, Prates, deixes de ser ridículo, quando se diz que o cão é o melhor amigo do homem se está dizendo que é o melhor amigo do ser humano… – Negativo, leitora, negativo. Homem é homem, mulher é mulher e ser humano é a expressão correta para significar homem e mulher. Quem inventou que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança foi um baita safado, misógino e coisas piores…
Chega, já fui longe. Agora conto o fato que me trouxe a esta conversa. O fato tinha como manchete, e a manchete prescinde dos detalhes, dizia assim: – “Bichos de estimação nunca foram tão amados como ultimamente”. Bichos, diz a manchete, não apenas cães. Citei os cães para reforçar meu asco aos que chamam os humanos de – homem, só por isso.
Mas por que os humanos estão amando tanto seus bichos? Bolas, porque a amizade está em extinção, junto com o mico-leão-dourado… Um cão, por exemplo, é fiel até o último suspiro, seu ou do seu dono, fiel, fidelíssimo. Não se queixa de nada nem reclama por isto ou aquilo, é amigo e pronto. Ah, e não nos morde por nada, sacode o rabo, o que é um tipo especial de beijo.
Amigos humanos? Onde vamos encontrá-los? Nem dentro das famílias, mais das vezes. No trabalho, os amigos não são amigos, são colegas, e olhe lá; o que há de traíras prontos para o ataque… E assim na vida social, nas festas, nos clubes, nas baladas, nas escolas, na parada de ônibus, debaixo da cama, sumiram os amigos, estão em extinção. Claro que nós estamos fora dessa lista negra, não é mesmo, leitora? … O que prepondera é o “interesse”, e a isso, com o maior descaro, muitos de nós chamamos de amizade.
Mas o nosso cachorro, ah, esse é tão doce quanto o Anjo da Guarda, aliás, desconfio, e se o for, disfarçado? Nunca amamos tantos os nossos bichos? Pudera…
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