É preciso ir ao “inferno” para descobrir que estava no “céu” – Leia a coluna do Prates desta quarta-feira (22)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

22/04/2020 - 10:04 - Atualizada em: 22/04/2020 - 10:54

Coisa curiosa, o ser humano, maioria estonteante, precisa cair no inferno para “descobrir” que existe o céu. Claro, estou falando numa linguagem literária, não existe inferno nem céu, não pelo menos do ponto de vista que nos foi ensinado, aquela estupidez de condenações ou premiações eternas, lá embaixo ou lá em cima.

Tudo invenção de gente mesquinha para assustar, condicionar e explorar os sem-letras…

Mas voltando à linguagem literária, muitos precisam cair no inferno para descobrir que existe céu, alguns estavam “no céu”, mas não sabiam disso… Burros!

Estamos vivendo momentos de apreensões de toda sorte, mas há casos singulares. Um exemplo. O rapaz estava com 19 anos, tinha pai, mãe, irmãos, “amigos”, liberdade para ir e vir, estudar ou trabalhar, tinha, enfim, tudo, mas…

Como andava se coçando, sem trabalho, mas precisando de grana, caiu nas tentações dos traficantes, virou “mula” no tráfico. Ganhou uns reais e caiu na “malha fina” da polícia, levou uns tapas e está preso.

Preso e pensando: – “Pô, eu tinha tudo, família, amigos, liberdade, tudo para fazer da minha vida uma vida legal e fui cair naquela conversa dos caras do tráfico…”.

Claro que este tipo de fala da pessoa com ela mesma deve ter sido falado por todos os vagabundos acusados e condenados na Lava Jato… Ou será que algum deles era mendigo?

Agora, com o andaço do vírus chinês entrando sem bater nas portas, ricos e pobres no mesmo balaio, muita gente fica pensando com seus botões – “Pô, eu era feliz e não sabia…”.

Essa frase costuma ser a frase da vida de quase todos os humanos, não por outra razão foi imortalizada num samba de Ataulfo Alves, isso quando se fazia música no Brasil… Ser feliz e não saber resume a vida de muita gente, bah, de muita.

Temos o de que precisamos, não mais, e mesmo assim gemidos. Desejos estúpidos que em nada melhoram a vida, mas… Os suspiros continuam, até que… Surge um vírus e leva o pai, a mãe, um amigo, alguém de muito perto, senão a própria pessoa.

Por que não ter pensando nisso antes? Por que não se ter cuidado como devia, um cuidado não apenas com a saúde, mas com todas as tentações que andam sempre ao nosso lado? Tempo de pensar? Não, só costumamos pensar quando já é tarde, eu era feliz e não sabia…

Remédios

Em muitos lugares mais desenvolvidos que o Brasil, médicos “receitam” livros como complemento de tratamento para pacientes em diversas enfermidades. Livros ajustados para o problema por que passa a pessoa. Formidável ideia.

Livros de fato são remédios, os leitores contumazes sabem disso, e há desses remédios para todos os nossos males. Remédios sem efeitos colaterais e a produzir resultados, não raro, pelo resto da vida.

Musica

Música também é remédio, tanto que existe a musicoterapia, coisa milenar.

Para a maioria que anda por aí, todavia, a música ouvida e apreciada é essa que anda sendo tocada, comercial e vomitada por sertanejos e sertanejos de araque, gente minguada e do asfalto.

A verdadeira música eleva, motiva, alegra e cura. É só procurá-la, ela está adormecida nos ouvidos estreitos, mas está lá, a espera do despertador!

Falta dizer

Se você fizer bem-feito o seu trabalho, não espere elogios do “andar de cima”. E faz sentido, trabalhar bem, cumprir com a obrigação é obrigação.

O elogio só se justifica quando fazemos algo de muito bom e de modo inesperado. Fora disso, tudo é obrigação, rotina. Sem elogios.

 

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