É de pensar – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

03/03/2023 - 05:03 - Atualizada em: 03/03/2023 - 08:00

O desespero humano diante das incertezas do futuro fez com que os espertos criassem as religiões. Todas criadas pelo ser humano, todas. Fora disso, nenhuma prova de nada, jamais uma prova, senão depoimentos de espertalhões que ao longo da História buscaram poderes diante dos sem-livros.

Num passado até não muito remoto, eram poucos, raros os que sabiam ler, logo, vítimas fáceis dos espertalhões das invenções religiosas. Uma dessas invenções, sugadas da Psicologia, diz que – “Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta”.

Psicologia pura. Quando alguém carente de algo deseja esse algo, pede. Pede a quem? Ora, antes de tudo, pede a si mesmo. E pela lei da atração, pelas repetidas vezes em que me peço alguma coisa, começo a viabilizá-la. A quem mais posso pedir? Buscar para encontrar?

Outra obviedade, ninguém vai dar de cara com o que deseja sem sair para a “procura”… Bater à porta, à porta de quem? Novamente, à nossa porta. A obstinação, gerada pela certeza do possível, produz todos os “milagres” em nossa vida.

Resumindo a ópera, quem tiver um sonho, um projeto, e desejar vencer, vai pedir a si mesmo para realizar o sonho. E quem faz isso costuma ser vencedor. Feito o que deve ser feito, a porta estará aberta para a realização pessoal.

Ao longo dos milênios, o ser humano tem coçado o queixo em busca de respostas. Algumas das perguntas não têm resposta, não para as possibilidades da cabeça humana, mas para os demais desejos ou necessidades sempre há respostas.

O que não nos leva a lugar algum é queixar-se, lamentar-se, dar-se por azarado, sem chances; e pela lei da atração, o resultado será igual ao pensamento, isto é, fracasso. Como diziam os gregos milenares, se tu podes crer tudo é possível ao que crê.

O problema maior vivido pelos humanos é acreditar que há “divindades” que nos dão o de que precisamos e pedimos. Se houvesse essas “divindades” elas seriam boas, generosas? E por que então há os que sofrem e se lascam na vida?

Se fomos “criados” e não tivemos chances de nos defender dessa “criação”, todos somos inocentes e merecedores do melhor na vida, afinal, não temos culpa pelo modo como fomos criados nem pedimos para estar aqui. Fora, “inventores”!

FRASE

A civilização tem questões curiosas, senão bobonas. Atribui-se a Aristóteles, o grego, uma frase “infantil” tão óbvia que ele a deve ter dito quando bateu a cabeça na escada… A frase é esta: – “Somos o que fazemos repetidamente”. Obviedade absoluta, e dessa obviedade resultam os nossos bens e os nossos males. Quando nos repetimos no positivo, colhemos positivos na vida, quando, em sentido contrário, nos repetimos nas idiotices, seremos isso, idiotas. Obviedade, “Ari”?

OBVIEDADE

Falei de obviedades? Cheguei quase a delas desdenhar? Pois é, mas certas obviedades são na verdade dogmas como, por exemplo, o povinho querer colher sem antes ter semeado. Não estudam e querem passar nas provas, não se qualificam e querem salário maior, não respeitam a mulher e querem amor incondicional, não se cuidam na saúde e querem saúde… Seguindo a cartilha das obviedades, chegaremos ao “céu”, o único que existe, o aqui de baixo.

FALTA DIZER

Reunião de machinhos. Lá pelas tantas, falando sobre filhos, doenças sexualmente transmissíveis, camisinha, essas coisas, um dos “comuns” disse que quem tem que se cuidar são as mulheres, são elas que engravidam. E as trouxas não se impõem: ou camisinha ou vai te coçar numa tuna, abobado! Vão dizer? Quem, onde?