“E adiantou?”

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Por: Luiz Carlos Prates

28/06/2019 - 07:06 - Atualizada em: 28/06/2019 - 11:44

Faz pouco, estava sentado, os olhos voltados para o nada e os dedos da mão esquerda tamborilando no braço da poltrona. Senti que precisava ir à farmácia. Levantei e fui até ela. A farmácia de que falo é um velho companheiro, um livro chamado Farmácia de Pensamentos. A autora é a carioca, Sônia de Aguiar. O livro é uma formidável coleção de frases para todas as nossas necessidades, especialmente as de ordem emocional, mas o livro tem “remédios” para tudo…

Abri o velho companheiro e, parecendo encomenda, a primeira frase que me saltou às retinas foi esta: – “Se você está triste é porque sua alma continua viva. E sendo assim, você está pronto para sorrir de novo”. Não sei se esta frase, hoje, lhe pode ajudar, leitora, leitor, mas…

Não fiquei quieto, fui adiante, queria outro “remédio” da Farmácia de Pensamentos, parei neste outro: – “Você está sempre livre para mudar de ideia e escolher um futuro ou um passado diferente”. Mais das vezes, lemos essas frases e elas nos passam batidas, mas…

Bem pensadas, elas nos podem mudar a vida. Quando olhamos para o passado nunca o vemos como ele de verdade o foi. Ou o douramos de um dourado que ele não teve ou o descolorimos para deixá-lo sem graça.  Mas essa hipótese não é ruim, significa que podemos atenuar uma dor ou vê-la diferente, depende de nós. E o passado, bem sabemos, costuma ser um dedo-duro contra nós ou uma fada mentirosa, rarissimamente uma verdade pura.

E o que dizer do futuro, outra demoníaca possibilidade do nosso pensar? Ou ele nos assusta com as incertezas ou nos faz sorrir com as nada garantidas possibilidades.

Há quem garanta que podemos mudar o passado e o futuro, afinal, eles são filhos dos pensamentos, todavia, é difícil mudar nosso modo de pensar. Quase sempre, e é preciso que lembremos disso, nossos maiores pesares e inquietações vêm do passado, do que já foi, ou do futuro, do que talvez nunca venha a ser. Saber disso adianta? Sim e não, depende do modo como fomos educados na vida, uma educação de que não temos culpa, a famosa educação do “período de molde”, gerada pelos mais velhos que nos cercaram e passaram valores de que não tínhamos como nos defender, do nascimento até aos 5 anos, não mais…

Voltei da farmácia melhor? Ainda não sei…

Futuro

Em nenhum país do mundo existe “bom” transporte coletivo sem que a maioria do povo seja educada. Sem educação da maioria, nada feito. Ouço todos os dias pessoas desavisadas falando, por aqui, em melhorar o sistema viário, a tal mobilidade urbana, com transporte público de qualidade. Sem educação severa e por muitas décadas, bah, que perda de tempo, rapazes!

 

Equação

Não adianta, é burrice, que alguns procurem por um resultado exato numa equação cujos valores são gravemente díspares. Explico. Enquanto a educação/instrução continuar negligenciada, como o é, no Brasil, enquanto tivermos múltiplos feriados e feriadões e indecentes pontos-facultativos nada nos levará a uma sociedade/nação melhor. Ou ferro e leis incandescentes ou que continuem rufando os tambores do carnaval das vilanias…

 

Falta Dizer

Peguei a reportagem da RIC/TV pela metade, não ouvi o nome do “anjo” que em Pelotas, RS, criou coleiras luminosas para cães de rua não serem atropelados à noite. Não é uma graça tal projeto? Coleiras colocadas no pescocinho deles que os faz iluminados à noite, evitando atropelamentos. De fato, há anjos entre os humanos.