Dois problemas – leia a coluna do Prates desta segunda-feira (26)

Acabo de desligar o rádio. Ouvia a entrevista de um psiquiatra. Ele dizia que em torno de 62% dos brasileiros que ficaram no home-office entraram em parafuso.

Confusões mentais de todo tipo, a começar por um alto grau de ansiedade. E acrescentou que muito disso se deve a duas verdades: a primeira é a falta de disciplina para um trabalho caseiro que precisa ser bem feito; e a segunda causa é o desagrado com a vida caseira, familiar.

Bom, não vamos longe, vivo dizendo aqui e nas emissoras de rádio onde falo, em palestras e esquinas que não é outra a razão do desespero das pessoas em sair de casa no fim de semana, seja para almoçar, encontrar “amigos”, ir à praia, tudo, em razão do insuportável da vida doméstica, com ele ou com ela.

Os casais que andam por aí vivem na mesma casa, não raro, dormem na mesma cama, mas tudo acaba por aí. Sexo é por “cumprimento de tabela”, obrigação. Alegrias nem um pouco. Regra absolutamente geral. E os que podem, tão pronto possam, divorciam-se.

É por isso que de há muito prego pelo companheirismo entre os casais. Ser companheiro é gostar de estar junto, o sexo pode fazer parte, mas não é o tijolo da base. E quando, nesse caso dos companheiros, pinta o sexo, ele é da melhor qualidade.

O sexo dos casais convencionais é performático, tem que haver “resultados” e raríssimamente isso ocorre. Quem tem disciplina trabalha em casa tão bem quanto no escritório ou no meio da floresta. A disciplina independe do ambiente, é ajuste pessoal, não ambiental.

A revolução cultural, que de há muito venho pregando, passa por isso, mas é preciso que tudo comece dentro de casa, com pai e mãe dando os exemplos.

– Ah, você tem razão, tenho mesmo que tirar meu cavalinho da chuva, esperar pelos pais “modernos” é esperar por neve no Saara…

E que tudo fique muito claro, o desatino para sair de casa nos fins de semana não é por busca de um relaxamento, de um sair para respirar um pouco, é puro desespero de não suportar a vida de casados ou de família.

É essa hipocrisia dominante que tem levado a sociedade ao mundo em que estamos vivendo. S.O.S.

Tempos

“Fazer carreira numa empresa está fora de moda”, diz um consultor paulista de RH. Só que sem raiz ninguém cresce.

Toda empresa depende dos 30% melhores funcionários, os demais são figurantes. E esses 30% costumam ser os que gostam de fazer carreira, os demais 70% são figurantes, necessários, mas figurantes.

As “borboletas” que vivem voando de empresa em empresa querem horários flexíveis, ótimos salários e vestir-se de bermuda e chinelos. Descartáveis.

Segredo

Nenhum segredo. Os que amam o que fazem, os que querem respeito e sabem respeitar, trabalham duro, são disciplinados, vestem-se com civilidade, não andam “enfeitados”, têm linguagem educada e definidos propósitos profissionais.

São raríssimos, a maioria que anda por aí vive olhando para o relógio, para ir embora, e para o calendário, pelas férias. Merecem a miséria em que vivem, e muitos empregadores os merecem…

Falta dizer

Que os jovens sejam broncos, vá lá, dá-se um descontinho, nunca, todavia, aceitar a estupidez dos velhos.

Um desses, todo metido, desde o início foi contra os ditames de manter distância, usar máscaras, essas coisas, estava aliado ao bando que diz o mesmo.

Pois, o velho morreu, semana passada, exatamente do que ele desdenhara: do coronavírus. Aprendeu…

 

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