Discutir a relação

Por: Luiz Carlos Prates

29/01/2016 - 06:01 - Atualizada em: 29/01/2016 - 07:48

Preciso, necessito, mas não gosto de ouvi-las… Frase estranha? Nem um pouco quando falamos de críticas. Ninguém gosta delas, ainda que as críticas sejam tão indispensáveis à vida quanto o sol do meio-dia. Iguaizinhos.

Acabo de ouvir na televisão um debate sobre a importância do “feedback” no ambiente de trabalho. Feedback é palavra inglesa que significa, em eletrônica, realimentação ou retroalimentação. Gosto de traduzir feedback como “nutrição”. No caso do trabalho é a nutrição, o alimento, de que precisamos para corrigir nossas desatenções, negligências e erros. Se ninguém nos disser nada, vamos nos eternizar nesses erros. E isso é inadmissível dentro de um ambiente de trabalho, onde somos pagos para ser competentes em crescimento permanente. Acho bom…

Mas o que faz a maioria quando o chefe os chama para uma advertência? Fecham a cara, não admitem a correção e saem mandando o chefe àquele lugar… Burros reagem assim.

Diante da crítica, avaliemos essa crítica. Ela faz sentido? Se a resposta for positiva, temos dois caminhos: corrigir e dar provas de inteligência ou persistir e afirmar-se como estúpido.

No caso de a crítica não ser procedente, sem problemas. Ouvimos e continuamos na nossa, afinal, estamos certos. Rejeitar de pronto qualquer observação sobre nossa conduta não é traço de inteligência, sensibilidade, boa vontade.

E esse feedback vale para o casamento? Afinal, o casamento é um tipo de “negócio” que envolve partes, interesses, de onde surgem prazeres e, mais das vezes, mágoas, como é que se faz?

Aí, leitora, entra a tal história da “dr”. Você sabe bem o que é “discutir a relação”, pois não? É muito mais difícil dizer a verdade à mulher ou ao marido do que dizer a um amigo ou a um funcionário. Muito mais. Sugiro, para quem não tem coragem, que fale por “tabelas”, num momento em que tudo parece estar numa boa… Pode-se usar um exemplo a envolver, ficticiamente, um colega de trabalho e a mulher dele. Cria-se a situação/exemplo e passa-se a mensagem sobre as nossas intenções e o que desejamos ver mudado. Se a outra pessoa for inteligente vai entender a indireta… Agora, se nenhum dos dois falar de suas mágoas, o

“negócio” está mal encaminhado: falência. Que no caso dos casamentos tem outro nome: separação. Um bom feedback faz bem à saúde; dos inteligentes de boa vontade, é claro.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.