Destino, o atoleiro – Leia a coluna do Prates desta quinta-feira (30)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

30/04/2020 - 06:04

Destino de quem, Prates? Do povo brasileiro, do povo por maioria. Há exceções, mas tão curtas quanto uma minissaia moral.

Fui ler sobre histórias das novelas de televisão no Brasil. Lá pelas tantas, uma obviedade para todas as novelas que tenham um pouquinho mais de qualidade e, é claro, exijam por isso um pouquinho mais de cabeça, de inteligência dos expectadores.

A novela tem alguns anos. Não vou abrir o leque inteiro. O autor é um dos mais consagrados, bah, já pintou e bordou em tramas de grande sucesso. Mas teve um rotundo tropeço numa certa novela.

Que vontade de dizer o nome, mas vou segurar o tchan. Notaste, leitora, fui vulgar, usei da expressão popular tchan.

Pois o autor dessa novela “falida” na audiência, teve que ser encurtada, um fiasco mesmo, disse o seguinte numa entrevista sobre o fracasso de audiência de sua história:

– O que me assustou não foi o fato de que o povo não estava gostando da novela, mas sim de que ele não estava entendendo. O que para as classes A e B é estimulante e positivo, para a D é incompreensível.

Mais adiante, o novelista acrescentou: – O truque barato é que garante sucesso. E disse ainda que – Se eu tivesse dirigido a novela às classes D e E teria conseguido audiência melhor. E seria muito interessante para a TV porque esse povo é o que consome sandalinha, biscoito, cerveja e móveis pagos em 538 prestações.

Vontade de dar um abraço nesse novelista, disse tudo, acertou na mosca. Mas a verdade dói em muitos.

E agora sou eu a falar. Os telejornais, que deviam ser apresentados sem sorrisos falsos e com pessoas bem-vestidas, estão largados, com linguagem vulgar e num vale-tudo constrangedor. A razão é exatamente essa, pega de pleno as classe D e E, as que preponderam no Brasil, as dominantes nas pesquisas de audiência.

E não falo de classes sociais pelo dinheiro do banco, mas pela “pobreza” da cabeça, a pior de todas ou a única. Quem quiser fazer sucesso no lançamento de um livro, jogue uma vulgaridade no título, tipo “Vão se f….”. Ou então – Você é f…

O Brasil está condenado ao atoleiro, salvo se entrar numa guerra e perdê-la, como lembrava Olavo Bilac. Grande Bilac!

Porquinho

Até hoje eles existem, muitas lojinhas ainda os têm, mais para decoração que para educação. Falo dos cofrinhos em feitios de porquinhos para a poupança de moedas das crianças. Eram comuns no passado. Eram lições para o futuro.

Hoje, com todas as crises e pais segurando as calças, seria ótimo que as crianças voltassem aos porquinhos/cofrinhos educativos. Ninguém sabe do futuro. Mas os idiotas dizem: – Só o que faltava, economizar “moedas”!

Ficção

Numa entrevista a um jornal paulistano, um gerente de RH disse que “o mercado deseja profissionais habilidosos, com predisposição para o trabalho em equipe, com visão ampliada, conhecimento de mercado, iniciativa, espírito empreendedor, persistência, otimista, responsável, criativo, disciplinado e outras habilidades e qualificações”. – Ah, sossega, leão, estão à procura de Jesus Cristo?

Falta dizer

Pergunta aos falsos crentes. E quem são eles? Os que andam por aí. Pergunta: Se deus é onipresente, está em todos os lugares, por que ir à igreja, templos, reuniões infectocontagiosas?

Quem se garante na sua fé não precisa sair de casa, deus está dentro da pessoa. Ou em lugar nenhum, não sabem disso ainda? Como é que de “outras coisas” sabem?

 

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