Desamparo geral – leia a coluna do Prates desta sexta-feira (25)

Fico muito feliz quando uma pessoa estranha me procura, ou me encontra por acaso, e me faz um desabafo. Daqueles desabafos que fazemos com raras pessoas, mais ainda quando essa pessoa não nos é da relação costumeira.

É aquela coisa de que já falei aqui, o perigo de nos revelarmos a um “amigo”, parente, colega, alguém com quem podemos mais tarde brigar e esse “inimigo” nos jogar na cara tudo o que um dia a ele confiamos.

Esta semana fiquei sabendo da história de uma pessoa, “confissão” pessoal dela. E a confissão não passou do que acontece com muita gente. Essa senhora, que me deu seu voto de confiança, apenas me disse que anda sem graça na vida.

Contou que faz tudo para não decepcionar ninguém, que faz tudo do melhor modo o que lhe cabe fazer, que sempre que possível ajuda alguém, que não tem, enfim, qualquer pecado maior no seu jeito de ser e viver, mas…

Que vive encrencada, desafiada pela vida em ocorrências que a fazem sofrer. Disse-me que não entende isso. Mais ou menos esse o desapontamento da senhora.

Comecei a minha conversa com ela dizendo, para consolo, que ela não está só, dizendo que conheço pessoas que para santas só lhes falta o altar, e ainda assim vivem sofrendo. É um tipo de desamparo existencial muito estranho…

Nada de estranho. Nossa vida não difere de alguém passar ao lado de uma pedreira em pleno funcionamento. Em muitos casos as pedras cairão sobre suas cabeças, para outras pessoas as pedras passarão raspando, deixando poucas ranhuras, e para outras tantas uma vida aparentemente sem sobressaltos, sem “ferimentos” maiores.

E por que isso? Ora, porque a vida de todos nós é uma “loteria”, não existem os deuses bondosos que os ingênuos acreditam existir.

Ademais, se houvesse um desses deuses poderosos e justiceiros, eles dariam a cada um segundo suas obras. Os bons, como se disse a senhora que conheci, viveriam felizes, num especial paraíso.

Nada disso. Tenho visto ordinários, safados e sem-vergonhas passar pela vida ou ganhar eleições sem qualquer ranhura. E outros, quase santos, viverem em constantes sofrimentos. Que as pessoas vivam retas por questões pessoais, mas não esperem prêmios de “fora da Terra”, isso não existe, nunca existiu.

Que durmamos em paz pela nossa consciência, jamais pensando em reconhecimentos e prêmios divinos. Isso é suprema ignorância e estupidez.

Pecado

Para nos fazer servos e “contribuintes”, foi inventada a história do pecado original. Pagamos até hoje por esse inventado pecado. Isso justifica então a miséria humana?

Então me explique porque os bichos sofrem, morrem queimados, por exemplo, na Amazônia? Qual foi o pecado deles?

Coitadinhos, pagam com os corpinhos em brasa pela estupidez de governantes e “animais” dos lucros imorais. Mas esses pagarão, ô, se pagarão…

Verdade

Delegados e advogados criminalistas sabem que – “Um acusado inocente ao falar convence”. Dito isso, procure prestar atenção aos políticos vagabundos acusados de roubalheiras, ouça-os atentamente.

Não convence nem a ingênua mãe Joana. E essa história de “só falo em juízo” é confissão de culpa. Safados, dissimulados. Ferro neles.

Falta dizer

Ouvi um sujeito dizer que o filho dele de sete anos está ficando “rico”. Agora, na pandemia, foi acertado com o menino que ele ganharia R$ 2 por trabalho caseiro realizado. O guri agora só quer varrer a casa e arrumar camas… erradíssimo.

O pequeno mandrião tem que fazer esses trabalhos por obrigação e não por dinheiro. Vai crescer safado. Que vai, vai.

 

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