“Cinco minutos”

Por: Luiz Carlos Prates

26/02/2019 - 10:02 - Atualizada em: 26/02/2019 - 10:27

O mundo anda tão fora da casinha que não falta quem seja chamado de gênio só porque mandou alguém com sede beber água. Aliás, era isso o que fazia aquele rei no livro O Pequeno Príncipe. O rei era considerado o mais obedecido do mundo, às pessoas com sede, ele mandava beber água, às com fome, comer. Às pessoas cansadas, ele mandava descansar… Bolas, todos obedeciam ao rei…

Lembrei do reizinho de O Pequeno Príncipe ao saber de uma pesquisa feita na Universidade de Regina, no Canadá. Psicólogos estudaram longamente o relacionamento humano com a Natureza e chegaram a uma conclusão patética, senão, idiota: cinco minutos diários em contato com a Natureza nos faz um bem danado para a saúde e a felicidade.

E o que significa isso? Significa deixarmos tudo de lado por cinco minutos e irmos para uma praça, um jardim, beira de um rio, de um lago, sentar sobre uma pedra e acompanhar o pôr-do-sol, olhar para a lua numa noite clara, tudo, enfim, que nos devolva por um tempo à nossa essência, afinal, somos parte da Natureza. Tudo muito óbvio, não lhe parece?

Óbvio, mas quase impossível. Hoje as pessoas não se admitem ficar “paradas” por “tanto tempo”, cinco minutos. É preciso consultar a máquina da estupidez: o celular. São raríssimas as pessoas que consultam o celular por razões profissionais, e apenas no horário de trabalho. O que mais se vê são figuras “nem-aí” com o celular na palma da mão e os olhos sobre a telinha. Colherão…

Ah, claro, e sem falar que muitos dos que se dispõem a “jogar fora” esses cinco minutos com a Natureza levam junto o celular. É preciso fotografar a lua, o mar, as árvores, os bichos, o que for… Sair e voltar sem as fotos, sem as selfies, nem pensar. Como o estulto poderia provar às outras que saiu para curtir a Natureza?

Voltando à pesquisa, esses cinco minutos com a Natureza bem que podem ser cinco minutos da pessoa com ela mesma, sem nada de vínculos externos, a pessoa e sua vida interior, uma espécie de meditação. Aliás, isso é meditação. Mas é para poucos.

Dito isso, leitora, que tal agora uma saidinha para apreciar a Natureza, só ela e você hein, que tal? Podes ir na frente, eu estou sem tempo, muito ocupado…

Depressão

Não lhe parece estranho que num mundo cada vez mais rico em diversões e lazer as pessoas andem sendo derrubadas pela depressão? Vários estudos garantem que fazer exercícios é boa prática para combater a depressão. Pois digo mais, qualquer atividade feita com prazer, com paixão, é antídoto contra a depressão. O vazio existencial é a grande fonte das depressões da modernidade. Alguém muito apaixonado por sua ocupação não tem tempo para ficar deprimido. Cuidado.

Aplausos

Meus aplausos vão para o Senador José Serra que disse que – “A redução da insegurança pública implica em ampliar o sistema carcerário e endurecer as leis penais”. Perfeito. Ir para a cadeia é uma escolha pessoal, o sujeito sabe o que faz ou vai fazer, logo… E a lei penal dura ensina os vagabundos pelo medo a obedecê-la. Não podemos dar tréguas a bandidos e ordinários. Certo? Acho muito bom.

 Falta dizer

Sob o estúpido argumento de que os radares móveis ou fixos no trânsito alimentam a “indústria da multa”, alguns querem acabar com os radares. Só o que faltava. O trânsito já é a pior das guerras modernas e alguns parvos ainda querem piorar a história. Sei bem das intenções deles, sei bem…