Chorar e suar

Por: Luiz Carlos Prates

10/01/2016 - 14:01 - Atualizada em: 10/01/2016 - 14:53

Há muitos modos de chorar na vida. Aliás, a maioria que anda por aí, nos atrapalhando pelo caminho, vive chorando. Para muitos, chorar pode parecer um sentimento/reação por igual para todas as pessoas, mas não é verdade.

As verdadeiras lágrimas são aquelas de quem se encontra diante de uma situação de invencível impotência existencial. São aqueles momentos em que nenhum tipo de coragem ou ação pode resolver ou atenuar a nossa impotência, a nossa impossibilidade de transpor a dor, a dificuldade, o que for. São um tanto raras essas situações. Claro, não estou falando para os histéricos, os que vivem a chorar por qualquer dá cá essa palha… Crianças, por exemplo, não choram, fazem birra, o que é bem diferente.

Como disse, há vários modos de chorar, e o mais frequente é o “choro” das reclamações, de criar desculpas para nossas omissões ou fraquezas, para nossa falta de vergonha na cara. É bem diferente de chorar por uma dor que não pode ser vencida. As dores que podem ser vencidas, ah, essas não aceitam lágrimas, elas exigem, isso sim, as “lágrimas” dos poros, o suor.

Andar por aí chorando pitangas por um vagabundo que a enganou ou trocou por outra, leitora, por favor, um cara desses o que merece é desprezo e esquecimento. Mas eu sei que são exatamente esses os por quem elas mais choram…

Viver reclamando de tudo é um tipo de viver chorando, além de ser insuportável conviver, andar por perto de um tipo desses, seja ele, seja ela. Geralmente, quem vive reclamando é pessoa preguiçosa, não disposta a enfrentamentos e a entender que os problemas que a cercam são todos, rigorosamente todos, criados ou atraídos por ela mesma. Duro aceitar isso, melhor é “chorar”, isto é, reclamar.

Dentro dos ambientes de trabalho é o que mais acontece, a legião dos indolentes, em torno de 80% de todos os funcionários de qualquer empresa, vive reclamando disto e daquilo e não se dá conta de que é perfeitamente dispensável, que não faz falta à empresa; esses tipos são “produtos” de má qualidade no mercado. E que fique claro, a culpa, nesses casos, é sempre do empregado. Depois de identificados e demitidos, esses tipos costumam ir direto para a Justiça do Trabalho, vão chorar “injustiças”, safados! E mais safados os que lhes dão razão. Suar é melhor que chorar.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.