Conheci no futebol, e conheço agora, aqui fora, na vida “civil”, pessoas de talento singular, mas… perdedoras existenciais, pessoas que nunca chegaram ao pódio de que eram capazes. E estou falando do pódio da vida tanto quanto do pódio esportivo especificamente…
Muitos pensam que o talento está nas mãos que pintam bem ou nos pés que driblam com facilidade, engano. Nossas diferenças humanas não estão nas pernas ou nas mãos, a decisiva diferença está nas cabeças.
Convivi, conheci ao meu tempo de narrador esportivo, jogadores de alta qualidade técnica mas que nunca foram mais longe porque a cabeça os impedia de lucrar com os belos dribles de que eram capazes. Driblavam bem, mas não sabiam administrar o talento e chutavam para fora as melhores chances da vida. E assim com muitos e muitos de nós que andamos por aqui e por ali, talentos potenciais ou talentos revelados mas vidinhas medíocres… Tudo porque a cabeça não é boa.
De outro lado, pessoas sem muitos talentos, sem muitas prendas intelectuais indo longe na vida, sendo mesmo um sucesso diante de suas acanhadas possibilidades… Mas a cabeça dessas pessoas sabe lhes dirigir bem a vida. A cabeça é tudo.
De nada adianta a beleza numa pessoa ou seus dotes de saber se não houver em sua cabeça sensibilidade, equilíbrio, controle emocional… Os talentosos sem cabeça não vão longe, tem tudo para ir mas não vão… Já os medíocres bem aplicados ao trabalho e a bem usar suas cabeças nos melhores esforços serão bem-sucedidos. Não seriam se os de fato inteligentes fossem emocionalmente inteligentes. Enfim, não nos bastam pernas e mãos talentosas, sem a cabeça esperta tudo fica pelo caminho. Que pena? Não, que benção; se não fosse assim teríamos as aristocracias dos talentosos e o inferno dos sem talentos. A vida humana é um formidável equilíbrio, e mistério.
Felicidade
Chatice, a repetição. Mas o sol vem e vai todos os dias e ninguém reclama disso… O assunto é felicidade. Tanto quanto a paz, felicidade também só depende de nós, quem não sabe disso e quantas vezes já disse isso aqui? Mas não adianta, estamos o tempo todo colocando a nossa felicidade sobre algo ou alguém, isto é, dependemos de algo ou de alguém. Não é por outra razão que a felicidade não é deste mundo, ela só seria gozada pelos sábios… Sábios, onde? Em que planeta? – Ai, Jesus, será que ela vai me ligar?….
Falta dizer
Dia destes no SBT onde faço comentários, chegou um grupo de estagiários de uma grande empresa catarinense. A turma olhava para os lados; pediram-me uma selfie e, ato contínuo, disse a eles que há dois tipos de estagiários: o burocrata, que cumpre o roteiro obrigatório da universidade, e o apaixonado, o que pode mudar o mundo. O que mais há? Burocratas. Ah, e na profissão há os que só querem salário e os apaixonados, estes últimos são o lucro das empresas e os sucessos na vida.