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Antes e depois

Por: Luiz Carlos Prates

12/01/2017 - 08:01 - Atualizada em: 12/01/2017 - 08:39

Os casamentos têm o antes e o depois… Começam, o antes, e terminam logo ali, o depois. Agora é assim. – Ah, mas eu vou casar “para sempre”, nunca vai haver o depois… Cuidado, garota, cuidado, a escada do casamento é muito escorregadia. E assim, aliás, todas as escadas por onde andamos na vida, casamento, trabalho, relações de amizade, credos religiosos, tudo, nada escapa. Temos o antes e o depois. Para algumas questões é ótimo que haja o “depois”, para outras nem tanto…

Digo isso, leitora curiosa, para dizer que – dia destes – mexendo na minha caixa de sapatos, plena de frases recortadas ao longo do tempo, pus a mão, no escuro, e de lá tirei esta frase antiga, teria sido dita pelo presidente americano Thomas Jefferson… A frase é esta – “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Ele se referia à Nação, à soberania que precisa ser mantida, a liberdade, enfim, da democracia… Mas a frase vale perfeitamente para todos nós no cotidiano de nossas esquinas da vida. Fiquemos com o casamento e o trabalho.

Você se sabe, ah, se sabe, que antes do casamento os dois “pombinhos” têm um arrulho adocicado, pleno de gentilezas, é um ajeita a cadeira para cá, uma flor para lá, respeitos no banheiro, cuidados com as roupas, especialmente de parte deles, enfim, um convívio de contos de fadas, mas… Isso dura muito pouco; depois vêm os comodismos, as indiferenças, as grosserias e a relação vira um “casamento”, um casamento de hoje…

No trabalho é parecido. O novo funcionário tira o pó até debaixo do armário do chefe ou da cozinha da empresa, chega no horário, sempre bem disposto, um funcionário exemplar… Passam-se alguns dias e… caem as máscaras. O sujeito se revela apenas mais um número no RH da empresa, um safado como os quase 80% dos empregados brasileiros…

O preço da liberdade, sinônimo de vida, no casamento é a eterna gentileza, e assim no trabalho, sempre mais e melhor. Se for assim, os casamentos continuarão apreciáveis e os empregos mantidos. Como, todavia, as pessoas não se lembram dessa “eterna vigilância” caem nos vazios dos descuidos e os casamentos vão para o cartório quando bem podiam ir para a cama… A frase está aí, faça dela bom uso quem for inteligente: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Para tudo.

Crenças
Os humanos têm mais crenças que inteligência. Crenças nos levam para equívocos, tolices, erros irremediáveis. Crenças são sempre irracionais, sempre. Não há crenças na inteligência, mas os “humanos” teimam em creditar mais poderes às crenças que à inteligência. Quanto mais leituras, saberes, ciências na cabeça, menos crenças. Mas é difícil essa mudança, crenças vêm das cavernas do obscurantismo humano. E as religiões são as mãezinhas das nossas piores crenças.

Falta dizer
Encontrei uma colega, 53 anos, desiludida da vida. Conversamos por algum tempo e na despedida sugeri a ela que começasse a estudar inglês. Ela me olhou com cara de espanto, ou de louca. Estudar inglês? Sim, vais te distrair, te encantar e espantar essa desilusão… Não sei o que ela foi pensando de mim. Se for o seu caso, leitora, a sugestão está feita.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.