Andamos perdidos? – leia a coluna do Prates desta quinta-feira (1º)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

01/10/2020 - 05:10 - Atualizada em: 30/09/2020 - 14:05

Sim, andamos perdidos. E isso desde os tempos de Adão e Eva. Já foi dito, incontáveis vezes ao longo da história humana, que a virtude está no meio. Mas o que é o meio? Onde está esse meio?

Pegar uma régua e medir centímetros é fácil, quero ver o sujeito saber onde está o meio para suas ações, desejos, loucuras. Sim, loucuras fazem parte da vida, entre bons sonhos e deslavadas loucuras, não tenho dúvidas, temos mais loucuras que sanidades.

Já “ouvi” pensadores de todos os tempos e filosofias sobre felicidade e a tal virtude do meio… Isto é, do equilíbrio. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra, não é o que se diz?

Pois é, mas todos os que se debruçaram sobre a janela da vida para observar os transeuntes, nós todos, constataram que nossos desejos sem limites nos levam, vão continuar a nos levar, para as inquietações mais fundas e as infelicidades sem fim.

É a velha história da importância do desapego, quanto mais me apego a isto ou aquilo, quanto mais desejo coisas, quanto mais crio planos para mais e mais, mais me afundo nas frustrações.

É impossível viver realizando sonhos. E de onde nos vêm esses desejos todos e sem fim? Vêm da consciência da nossa pequenez e da intuição natural de que somos limitados e temporais. Aí está o fundo desse poço da vida, a consciência da impermanência.

O ditado não é bem esse, vou mudá-lo: – Se o assalto é inevitável, relaxa e te entrega… Impossível evitar a impermanência.

Será que há alguma saída senão a de levar uma vida mais leve, com menos desejos, com menos inquietações sobre desejos inanes, que não nos vão levar a nada? Mais das vezes, vaidade pura, mas a vaidade é uma busca inconsciente de uma força que não temos.

Quem tem consciência disso sabe que de nada nos vale a vaidade, que é um tipo de falta postura superior aos demais.

Neste momento, por exemplo, muita gente “graúda” está gemendo baixinho numa UTI, enquanto muita gente “desdenhada” até hoje está palitando os dentes de uma boa feijoada da vida. Saber disso é apreciar melhor as feijoadinhas da vida. O “prato” simples que pode ser deliciado por todos…

Senso

Com é difícil abrir janelas nas cabeças fechadas pela insensatez, não quero dizer estupidez.

Lockdown, proibições de ajuntamentos, de festas lacaias em ambientes fechados, esses procedimentos para evitar as mortes inescapáveis da Covid-19, não deviam ser decisões de prefeitos ou governadores senão do próprio povo. E vale para todo o ano que vem.

A “lei” seria ditada pela própria pessoa, mas vá dizer isso aos entupidos da sensatez.

Limão

Muitos têm dificuldades para aceitar a proposta saudável do viver no “real” do aqui e agora. – “E se eu estiver numa pior, vou curtir”? – perguntam. Não, não vais, vais é lutar para sair desse momento enjoado, isso sim.

Buscar refúgio num passado feliz ou num futuro que ninguém garante é fuga burra. Só podemos viver no presente, transformando eventuais limões em limonadas. Chulo? Também acho, mas ache outra saída, quero ver.

Falta dizer

Em Hamm, oeste da Alemanha, dois pombinhos (pobres coitados) e suas famílias fizeram uma baita festa de casamento. Foi uma devastação o número de derrubados pela Covid-19 depois da tal festa.

É por isso que fico a cada dia com mais nojo dos outrora chamados primeiro-mundistas. Abusados e lacaios brabos, isso sim.

 

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