“Almoço grátis”

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

17/09/2019 - 07:09 - Atualizada em: 17/09/2019 - 08:03

Se alguém tem ilusões, tire o cavalinho da chuva, não há almoço grátis na vida. Pode haver na fila de assistência a mendigos, mas aí o sujeito está fora do jogo, vai comer o que lhe for dado, sem resmungos. Sabemos que almoço grátis é uma linguagem simbólica, vale para outras questões na vida. Exemplo? Já conto.

Estava ouvindo um programa de rádio americano e os caras falavam da necessidade de esforços continuados, quase sobre-humanos para que cheguemos a ser alguém na vida. E os americanos davam como exemplo Michael Jordan, o maior cestobolista da história dos Estados Unidos. Jordan bateu todos os recordes, foi um “deus” nas quadras, mas…

Michael Jordan não chegou aonde chegou por sorte, almoços grátis. Lembro que iniciei minha carreira como locutor-esportivo narrando jogos de basquete, Rádio Porto Alegre, emissora de esportes amadores. Como narrador, com 20 anos de idade, narrei o 1º mundial conquistado pelo Brasil no basquete, foi em 1963 no Rio de Janeiro. Vivi o basquete nas entranhas. Narrava três jogos por semana.

Os americanos contaram no rádio que Michael Jordan errou 9000 mil arremessos, tudo anotado pelos treinadores. Nove mil vezes ele errou. Jordan perdeu 300 jogos na carreira.

E em 26 decisões de partidas, ele errou o lance-livre e final, se acertasse ganharia o jogo, perdeu. Ser o cobrador de um arremesso decisivo, no último segundo da partida, é coisa rara, pois Jordan por 26 vezes esteve nessa situação e errou o arremesso. Ouvindo desses “erros” do cestinha americano se pode pensar que ele

não foi o que dizem. Foi mais. Ganhou “sozinho” (modo de dizer) incontáveis partidas, foi o maior cestinha da história do basquete americano, um gênio, mas ele sabia que não havia “almoço grátis” para ser vencedor dentro das quadras.

Treinava como um insano. Ficava sozinho na quadra por horas e horas treinando lances-livres, estudando psicologia da concentração, dos movimentos psiconeuromotores gerados pela ansiedade, pensava em tudo. Era um “possuído” da motivação. Sem almoço grátis.

E era essa a lição que os americanos no rádio queriam passar para todos nós. Você poderá ser o que quiser na vida, mas sem almoço grátis, sem pensar em fins de semana de folga ou esperar por alguma ajuda. Ou você “cozinha”, prepara o seu almoço na vida, ou vai para a fila dos perdedores, dos “mendigos”. Dito isso, vamos para o “treino”? “Simbora”!

Zico

Muitas vezes, em minhas palestras, narrei um gol do Zico, o inesquecível camisa 10 do Flamengo, com quem muito convivi em estádios, hotéis e aviões. Zico, por conta própria, depois dos treinos, treinava chutes de bola parada até cansar. No domingo, 44’ do segundo tempo, zero a zero, Fla-Flu no Maracanã, uma falta para o Flamengo, ao lado da área, mais pela meia-esquerda… Zico ajeita a bola, corre para a cobrança e… GOLAÇO. Não faltava um repórter idiota para dizer – “Que sorte do Zico!”… Idiota da desinformação. Zico acertava porque treinava para acertar…

Vontade

Quando temos vícios ou hábitos ruins, e temos, tudo foi gerado pela repetição. Ora, se nossas repetições, por desatenção ou ansiedades, produzem vícios e ações reprováveis, a repetição do que é bom, bons hábitos, também nos levará a resultados, nesse caso, bons resultados, felicidade. É só ter consciência disso e nos atirarmos na repetição dos bons hábitos. O resultado virá. E bom.

Falta Dizer

Fecharam-te uma porta? E daí, vais ficar chorando como um/a idiota? É procurar por outra porta, com certeza bem melhor, com certeza. Ficar chorando pela porta fechada é refinada estupidez. Vale, bah, se vale, para os “ex”…

 

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