Ah, mas tu és muito chato, Prates! – Sou, e vou continuar sendo. Se os teimosos começarem a desistir esta terra vai acabar – mais cedo ainda – num imenso cemitério moral. Anda ganhando força em segmentos “educacionais” do país o movimento para acabar com a venda de refrigerantes, tipo Coca, Pepsi, guaranás, esses refrigerantes de puro açúcar que conhecemos. E por que razão? Muito açúcar, danos à saúde das crianças, aquela conversa mole... Como conversa mole, Prates, mas tu não vês que esses refrigerantes são um prejuízo à saúde das crianças? Vejo, mas vejo também que em casa e junto com os pais, na rua, comem de tudo, até lixo, se houver descuido. Ah, mas no colégio não vão mais poder comprar refrigerantes... Hipócritas. Nada do que é proibido é acatado, nada... Mas não é exatamente sobre isso que quero falar, é sobre um outro “controle” de saúde com o qual ninguém se preocupa, ninguém que eu conheça: é a saúde moral das crianças, dos adolescentes. Eles estão vendo de tudo nas tevês das madrugadas, de “tudo”. Sem falar no que essas “crianças” veem nos celulares no pátio do colégio. E contra isso os “preocupados” não erguem a voz, não parecem se preocupar. Por que será? Será que por que são piores? Contra a indecência moral nada falam, ninguém prevê nenhuma reação, tanto em casa quanto nos pátios de colégio. Mas açúcar não pode. O que mais vejo é guri se empanturrando como bicho (aliás, bicho não faz isso) com pacotes de salgadinhos. Como bichos. E os que estão por perto, os pais, as dindas, os avós, nada dizem. Por que não erguem a voz de igual modo para pedir em todos os níveis do ensino brasileiro a cadeira de Educação Moral e Cívica, hein, hipócritas? Moral e Cívica tinha que ser cadeira obrigatória até nos fajutos cursos de pós-graduação, doutorado, o que for, no Brasil. Fajutos, sim. Esses diplomas “daqui” valem menos que Segundo Grau mal feito na Alemanha. Só não vê e não sabe quem não quer. Ah, mas açúcar não pode. Indecências de todo tipo e falta de educação caseira, ah, isso pode. Sei bem... Discordo Não se atreva, prefeito! O prefeito do Rio andou dizendo o seguinte, sobre a crise na saúde carioca: “Temos obrigação de atender a todos os doentes, sejam criminosos ou não...” Doentes ou baleados? Negativo. Bandidos só deverão ser atendidos se sobrar espaço, tempo e adequações. Fora disso, a prioridade “um” tem que ser o atendimento ao trabalhador, ao operário, à família. Só o que faltava tirar atendimento de uma pessoa decente para dar a um bandido. Que o bandido vá se coçar numa tuna, vagabundo.