A quarentena nos faz pensar – Leia a coluna do Prates desta sexta-feira (10)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

10/04/2020 - 06:04 - Atualizada em: 29/04/2020 - 13:36

Quando estamos com a corda no pescoço, pensamos. Devia ser o contrário, quando tudo está bem é que devíamos pensar: – “Pô, estou numa boa, preciso me comportar para continuar assim, tenho que agradecer à vida pelo momento por que passo…”.

Não é assim, todavia, que costumamos pensar. Mas, de repente, surge-nos uma “quarentena” em nossa vida, uma quarentena que nos pode chegar pelas mais diversas razões. Por estes dias, a quarentena tem sido pelo Coronavírus, não vale.

Neste caso, pensamos à força, somos obrigados a pensar, a avaliar, a refletir. Muitas pessoas só descobrem a vida quando estão numa UTI, pode ser tarde. Deviam ter pensado antes.

Outros só descobrem que a empresa e os colegas eram legais depois de demitidos. É tarde.

Outros se divorciam para descobrir, minutos depois, que ela ou ele não era tão ruim assim… É tarde.

Estou dizendo isso, leitora, porque acabei de ler uma frase num livro do padre Fábio de Mello, baita cara, o livro se chama “Por onde for o teu passo, que lá esteja o teu coração”, que vou repassá-la a você, ela é significativa.

Aliás, esse livro devia ser lido por todos os empresários e pessoas “muito ocupadas”…

A frase do Fábio é esta: – “É empenho diário não permitir que as coisas que compramos nos comprem”. Lacraste, Fábio! É isso mesmo.

O que compramos acaba por nos comprar, mas na hora de comprar sabíamos disso. Um saber inconsciente, mas um saber.

Um idiota, por exemplo, que tem um barco e compra outro bem maior… O que ele busca? Ser comparado ao barco pelos parvos que o cercam. Quer dizer, o sujeito não troca de barco por ser um pescador, troca por idiota.

E assim com casas, carros, produtos de grifes, status de todo tipo com resultados nulos para o bem-estar emocional.

Pensamos que o “ter” nos faz “ser”, até pode ser para os olhos dos tapados, mas, no fundo, os que são propriedades de suas propriedades sentem-se vazios, depressivos, nulos para uma vida melhor.

O essencial é invisível para os olhos, dizia a raposa de O Pequeno Príncipe. Não é. A família é “visível”, a saúde é visível, a vida é visível. Só não veem isso os “cegos” das verdadeiras felicidades.

Obrigado, Coronavírus, obrigado pelo “ficar em casa”, onde mora a felicidade. Ou devia morar.

Momentos

O ser humano, pela Lei Natural, sabe de tudo, de tudo o que de fato importa para a vida. Sabe, por exemplo, que precisamos de muito menos do que temos para viver bem.

Todavia, temos bugigangas “importantes” de que não abrimos mão, mas… Na hora em que o bicho pega, ah, quantas coisas inúteis eu tenho, trocaria todas elas por um momento melhor.

Quantos já disseram isso na vida? Saber disso é saber viver. Poucos sabem, ainda que “saibam”…

Coitada

Ela é cantora “sertaneja”, quer dizer, sem definição nem talento.

A notícia dizia que a tosca está em quarentena amorosa com o “namorado”, e ela não teve pejo em dizer que era um grande momento para fazer um menino. Estúpida.

E de quarentena com o “namorado”? Desde quando essa promiscuidade? E fazer “um menino”, por que não uma criança? Ridícula, como milhões iguais a ela.

Falta dizer

A publicidade num site de jornalismo dizia assim – “Estimulante natural poderoso que levanta a disposição do homem chega ao Brasil”.

Notaste a vulgaridade, leitora? Os toscos querem “levantar”…

Num primeiro momento, pensei que estavam falando de livros, os fortificantes que de fato levantam qualquer um. Livros dão “potência”, toscos!

 

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