A psicologia só nos puxa máscaras – Leia a coluna do Prates desta segunda-feira (10).

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

10/08/2020 - 06:08 - Atualizada em: 21/08/2020 - 11:50

Ontem estava pensando, pensando, nada de objetivo, apenas vagando a mente, quando… Dei-me conta de que uma das minhas piores escolhas na vida foi ter estudado Psicologia, ter passado aqueles cinco anos na PUC/RS.

Dificuldades de toda sorte, vivia viajando, mas tinha aulas, provas, como fazer, como conciliar? Dei um jeito, só eu sei como. Mas os problemas não me vieram das dificuldades, digamos, materiais, físicas de fazer o curso, foi o curso em si mesmo a minha danação.

Por quê? Já disse aqui miríade de vezes, porque a psicologia nada tem de fada madrinha, ela é bruxa má, daquelas de nos fazer lamentar o nascimento. A psicologia só nos puxa máscaras. E você sabe, é a tal história, de a verdade ser um remédio muito amargo, como dizia Machado de Assis, mas o único que nos confere saúde moral.

A psicologia nos faz saber das razões dos nossos comportamentos, das nossas angústias, dos nossos sonhos, frustrações e felicidades. A psicologia em si não tem nada a ver com a nossa formação ou o nosso jeito de ser, ela apenas nos mostra as verdades.

A reação depende de nós. Tudo bem, mas por que andamos hoje, mais do que nunca, transtornados, desnorteados? Pela falta de bússolas existenciais.

No passado, as pessoas diziam-se religiosas, diziam acreditar num deus, nisso e naquilo… No fundo, elas sabiam que não era bem assim, mas, ainda assim, viviam num círculo de limites e fé. Hoje não.

Hoje as pessoas chutaram para longe o pau da barraca, ninguém acredita em mais nada, as ações desmentem a todos. É o que se vê pelas ações das pessoas, não pelo que elas dizem. Falando são todos santos e santas. Falando. Só falando.

Não há mais as esperanças metafísicas do passado, as esperanças de hoje são visíveis, materiais. O ser humano, por estúpido que seja, sabe-se mortal, sabe-se um nada, sabe-se um alimento garantido para os vermes…

Horrível? A mais pura verdade. Sem as boas e saudáveis ilusões, sem as esperanças de um “metafísico” a vida se resume no aqui e agora das vantagens: ou tenho, ou não tenho. Se não tenho, sou infeliz. Se tenho, quero mais. E a conta não fecha.

Tinha que fechar com um credo elevado, verdadeiro. Isso não existe, não temos provas do “metafísico”, daí as loucuras humanas. Que cada um improvise a sua bússola existencial. Única saída.

Vida

Foto de um jornal. Uma mulher se exercitando num parque público. Ela e os quatro filhos (homens) adolescentes. O marido já se “pirulitou”, é claro. É o que eles mais fazem.

Fiquei pensando: – Que azar dessa mulher, só filhos homens! Quando ela envelhecer, precisar de apoios e ajudas, ficará sozinha. Os filhos homens não costumam ajudar, quando o fazem é só com algum dinheirinho, e olhe lá. Eles estão sempre “ocupados”. Safados.

Arroxo

Vem aí o maior arroxo econômico, de empregos, salários e endividamentos dos últimos 120 anos, diz o FMI, Fundo Monetário Internacional. Quem se pode dizer seguro?

Maior razão para o corte de gastos de lazer, economia absoluta em tudo e poupança com rigor militar. Ou isso, ou as penúrias, os divórcios acelerados, as loucuras e os suicídios. Os sensatos não precisam de avisos. Quem?

Falta dizer

Um fuzuê daqueles, vozerio e protestos. O que houve? Tiraram a série Chaves das TVs. Baita bafafá. Curioso isso.

No Brasil, todos os dias, todos, livrarias fecham filiais por falta de leitores. E nenhum protesto. Silêncio de sepulcro.

Ah, sei, o povo (ou povinho?) gosta é de morrer de rir. E os livros? Queimá-los, ora!

 

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