A paz entá dentro de nós, não em um lugar físico – Leia a coluna do Prates desta segunda-feira (13)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

13/07/2020 - 06:07 - Atualizada em: 23/07/2020 - 10:22

Vou direto, sem rodeios, uma questão: – Dê-me um sinônimo para felicidade? Gostei, acertaste na mosca, paz.

De fato, como se pode ser feliz sem paz? Agora, tem o seguinte: o que é paz? Se paz e felicidade são sinônimos, se uma não pode existir sem a outra, é preciso que tenhamos bem claro na cabeça o que significa paz.

Entrei na nossa conversa de hoje, leitora, como os desengonçados entram num galpão, daqueles galpões de bochinchos… Vou dizer a que venho.

Preparei um chimarrão, ajeitei o pelego sobre o banco e me dispus a procurar por um pouco de “paz”. Pousei a cuia, liguei a TV e fui indo, buscava um programa que não me tirasse do sério, girei à procura de um programa calmo, de paz.

Achei. Foi no canal 130. Lá estava “O Brasil Visto de Cima”. Nessa edição do programa, o pessoal sobrevoava uma pequena cidade, não mais que um belo vilarejo no litoral baiano.

Foi aí que o narrador do programa disse que aquele lugar era perfeito para quem procurava paz. Dei uma tossida. E a paz que eu procurara se foi…

Não existe um lugar de paz. Todos os lugares podem ser de paz, depende da pessoa, depende do modo como pensa, depende dos seus valores, da sua história pessoal, depende das suas inquietações, depende, enfim, de um somatório de questões absolutamente pessoal.

O lugar que pode te dar paz, leitora, pode me aborrecer, pode me deprimir… E assim em sentido contrário. Paz é uma determinação da pessoa.

Vai depender do que lhe costuma passar cotidianamente pelos pensamentos, o lugar pouco importa. Aliás, faz tempo que ouvi um “meditador” dizer que se pode fazer meditação dirigindo o nosso carro na rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo.

Do mesmo modo que o sujeito pode estar incendiado de incômodos e sentado (inutilmente) dentro de uma igreja.

“Gracias a la vida” que é assim, não é mesmo Mercedes Sosa? Muita gente procura bem-estar aqui e ali, nunca dentro de si mesmas, perdem tempo.

A cidade, a casa, os bens materiais, a riqueza mesmo, nada disso traz paz se o modo de pensar a vida não produzir essa paz. E queres saber mais, leitora? É o que anda por aí, pessoas agitadas, medrosas e infelizes. Para a maioria a paz só vai ser encontrada “naquele lugar”, terrível… Cruzes!

Difícil

Falei em paz aí em cima. Agora, pergunto: como ter paz no Brasil se os exemplos que deviam vir de cima não vêm?

A segurança pública foi para o beleléu, não por culpa das polícias, mas por “diretos incentivos” à não punição.

Educação, bons modos, respeito público, aonde? Isso sem falar nos canalhas bem-vestidos que metem a mão no dinheiro da saúde pública. Canalhas.

Que os poucos ordeiros e do bem reajam. Já.

História

História para boi dormir, isso sim. Leio num jornal a história de uma “sem nada” que engravidou por vontade própria aos 17 anos, segunda ela. Mas que a segunda gravidez, aos 19, aconteceu por acidente.

Acidente? Desde quando parar, pensar, tirar a roupa, juntar-se a um vagabundo é acidente? Sem proteção nem vergonha na cara? Esse tipo de gente não merece ajuda, de nenhum tipo. Ué, gente!

Falta dizer

É princípio milenar da condição humana, ajuda-te que te ajudarei. O que mais se vê hoje no Brasil é gente pedindo ajuda, mas que não se coça para sair do atoleiro.

Já os trabalhadores honestos suam como uma mula e ainda têm seus direitos diminuídos porque “terceiros” cumprimentam com o chapéu alheio, dando “ajudas”…

 

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