“À luz do céu profundo”

Por: Luiz Carlos Prates

06/07/2018 - 12:07

Santo Deus, às vezes me dá vontade de montar num cabo de vassoura e sair por aí como um Don Quixote de pátio de hospício. Que país mesquinho é o Brasil. E antes de ir adiante, sabes por que você está correndo os olhos por estas linhas? Porque um dia você teve uma professora, um professor. Disso resulta uma conclusão óbvia: quanto mais professoras e professores tivermos, melhor será o país, melhor a sociedade. Infelizmente, todavia, o nosso futuro está bem encardido.

De onde vem todo o meu furor? Vem das últimas informações do Ministério da Educação sobre o magistério no Brasil. Veja se tem cabimento. De acordo com o MEC, entre os pais e mães com diplomas, apenas 1,8% de seus filhos quer ser professor ou professora. E dentre os pais sem diploma, o percentual é de 3,2% dos jovens que pensam em ser professores. Com esses números não há futuro. Sem os professores você, eu e o mundo andaríamos às tontas, batendo com a testa nos livros…

E por que os jovens não querem o magistério e marcar suas presenças eternas na alma e nas histórias de vida das multidões de jovens que lhes seriam discípulos? Ora, porque no Brasil professor é desdenhado… E sabes por quê? Porque os professores são mal pagos, e quem é mal pago tem pouco dinheiro… E nesta sociedade infeliz, os que nos podem mudar a vida para melhor, mas sem dinheiro, são desprezados, desrespeitados, não raro, surrados.

Diante disso, numa sociedade que avalia pessoas pelo saldo bancário, poucos são os de mente aberta que se decidem pelo magistério, o supremo sacerdócio na vida. Ser professor é ser “ator” protagonista das melhores cenas e momentos de incontáveis vidas de alunos. Coitados dos que não conheceram ou tiveram professoras, coitados.

Professoras no Brasil são silenciadas por direções de escolas que apenas visam ao lucro, que tomam pais de alunos como clientes, e clientes sempre têm razão… A razão nunca é dada às professoras. Sem poder, mal pagas, destratadas por muitos, não admira que poucos sejam os jovens a ver no magistério uma carreira. Mas um dia isso vai mudar, e no dia em que houver essa mudança, aí sim, o Brasil será descoberto. E vai brilhar à luz do céu profundo… À luz do saber.

Eles

Eu queria que eles viessem fazer essa proposta na “minha” delegacia. Seriam “ouvidos” lá na salinha dos fundos, ô, e com o som da música bem alto… São os caras que estão tentando nos empurrar – goela abaixo – venenos da lavoura proibidos no exterior e que aqui eles querem que sejam usados como “produtos fitossanitários” e não como “pesticidas” que são. Tentem, ordinários, tentem fazer isso lá na minha delegacia… Vocês vão ver o que é bom para a lavoura…

Saudade

Dia destes ouvi um sujeito fazendo críticas a um movimento que anda por aí visando a recuperar o teatro, as músicas e os shows do passado. Ele dizia que o passado era passado… Tudo bem, compadre, só que o teatro, as músicas e os shows de hoje são de uma pobreza de doer. Só trastes e coisas ruins. Logo, não chiar, o teatro, as músicas e os shows do passado tinham talento, voz e arte. Só isso, pinguela!

Falta dizer

Safados, ordinários estão “deixando” mulheres dirigir automóvel no Irão e batem panelas mostrando isso ao mundo. Ninguém tem que permitir nada às mulheres, elas têm todos os direitos e de modo natural, elas são a vida da vida. Calças-borradas não querem admitir isso.