A felicidade da primeira vez – Leia a coluna do Prates desta quarta-feira (1º)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

01/07/2020 - 06:07 - Atualizada em: 02/07/2020 - 09:04

Nada na vida se compara à primeira vez, seja no que for. A primeira vez é a primeira batida do coração por alguma coisa ou alguém. Nada se compara.

Aliás, os que já foram casados duas, três ou mais vezes sabem que o primeiro casamento foi singular nas emoções, ainda que tenha sido um engano… Não passei por essa, mas imagino.

Falando nisso, lembro quando comprei o meu primeiro carro, um fusquinha caindo aos pedaços. Sacrossanto, que emoção, que alegria, que passeios, que inesquecível! Era o “primeiro”. Os outros carros já vieram por folga no bolso ou por vontade de aparecer…

Já não era o primeiro carro, o inesquecível. Vale para tudo na vida.

Quantos e quantos subestimam, não se dão conta da importância da vida familiar? Aliás, só um adubo humano para não valorizar a família.

Claro que há casos em que o melhor é sair correndo, mas isso não anula o valor da “família” como ninho dos nossos melhores apoios.

Estou nesta conversa enrolada, leitora, porque ontem, passando num supermercado, ao fazer o pagamento na caixa, a senhora que me atendia, minha conhecida, dizia que estava contando as horas, – “Amanhã entro de férias”, contou-me ela.

– E eu, de surpresa, disse a ela – “Aí, hein, vais soltar a franga”! Uma frase idiota, mas não continha nada demais e nem ela pensou isso, pelo contrário, me disse esfregando as mãos que ia pintar a casa.

A casa dela, ela que vive com uma filha. E o marido, faleceu? Não, claro que não, esse tipo de marido não falece, dá no pé, isso sim.

Mas a senhora estava feliz porque ia ter tempo de pintar a casa. Saí pensando: – Aí está a felicidade. Enquanto algumas levianas só pensam em sair por aí, a senhora pensava em pintar a casa dela, deixá-la melhor. Felicidade.

Na simplicidade de um carro velho, nosso primeiro carro, na simplicidade de fazer um bolo para a família ou de pintar a casa, nosso ninho, é que mora a esquiva senhorita que se chama Felicidade. Senhorita, eu disse.

Se a felicidade fosse casada, coitada… Bah, coitada, bem provável.

Para terminar esta conversa enjoada, quantos andam por aí “somando” casamentos, dirigindo carrões, morando em casas amplas e com tudo dentro, todavia, suspiram inquietações e infelicidades. É bem assim mesmo. Dito isso, vou pintar a casa. Dos meus vira-latinhas…

Fala

Durante muito tempo nos meus cursos de oratória lembrei aos alunos que, ao falar, “desenhassem” o que estavam dizendo. Hoje não me atreveria a sugerir isso aos políticos de Brasília. Seria um horror.

O que dizem se confunde com esgotos, imagine esse odor “desenhado”. Mas também tem uma coisa, depois da primeira infância, gente torta não se endireita mais. A saída é votar melhor.

Ouvir

Para casar, a pessoa tem que ser um pouco surda e um pouco cega. De outro modo ou não casará ou casará mal. Aliás, a arte de ouvir, muito apreciada pelos gregos milenares, é também a arte dos grandes vendedores.

Ouvindo bem descobrimos as entranhas do “orador”, do político, ou do nosso cliente… – “Fala, se queres que te conheça”. Aliás, melhor é tapar os ouvidos, senão a Terra se despovoa…

Falta dizer

O caminho do insucesso na vida é fácil, bem asfaltado: ficar parado. Há quem diga, não preciso mais estudar, estou formado; não preciso fazer mais nada, estou aposentado, não preciso mais ser delicado, já casei, não preciso de mais nada, já tenho o que queria. Quem diz isso morreu e não foi avisado…

 

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