A certeza no coração de Guiomar Novaes – Leia a coluna do Prates desta sexta-feira (10)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

10/07/2020 - 09:07 - Atualizada em: 10/07/2020 - 09:38

Levantei da cadeira das preguiças e fui achar o que fazer. Achei logo: pôr em ordem alguns objetos um tanto atirados e ver o que podia ser passado adiante. Estou fazendo isso de modo quase furioso. Livro, nem se fala. Já li? Já reli? Já sublinhei e copiei? Passá-los adiante.

Ao meio das minhas desordens, reencontrei um CD, te lembras dos CDs? Um CD especial, da pianista brasileira Guiomar Novaes. A Guiomar esteve muitas e muitas vezes no meu carro, rodando, rodando e tocando um piano divino. É sobre ela que quero dizer algumas coisas.

Guiomar começou a tocar piano criancinha. Depois foi para Paris, lá estavam os melhores pianistas. Ela tinha 13 anos.

Numa certa aula, no Conservatório Musical e Dramático de Paris, um renomado professor, Isidor Philipp, estava a ouvir Guiomar tocar uma balada de Chopin quando a interrompeu para fazer uma correção.

– “Compreendo”! – disse ela. E tocou tudo de novo, do mesmo modo. Depois de uma nova repreensão, ela voltou a responder: – “Compreendo”! E novamente voltou a tocar tudo por igual.

O professor, contando a história mais tarde, disse que percebeu então que o jeito da Guiomar era muito melhor…

O que significa essa história, em resumo? Significa que quando nos garantimos nas nossas certezas, nada haverá para ser corrigido, mas essa certeza só nasce no coração, na alma dos obstinados por suas seguranças de talento.

Mais das vezes o que acontece é mudarmos o rumo do nosso barco de acordo com os modismos, tendências, conselhos vulgares sem base e alienações geradas por nossas inseguranças. Regra geral.

Estamos num momento em que os jovens, maioria absoluta, não sabem o que querem da vida, vão para a faculdade porque isso está no roteiro “de todos”, mas não têm ganas para nada de modo especial.

Já disse aqui que em torno de 85% dos universitários não têm a mínima ideia do que vão fazer mais tarde, pensam que sabem, não sabem. E os outros, os que pensam que sabem, são uns tontos, mais das vezes.

– Ah, e bom não esquecer, os primeiros colocados em vestibulares, por quase totalidade, não vão dar para nada mais tarde. Tirar notas altas nada significa, ter certezas na corrente sanguínea significa. Ouvir o sangue nas veias nos vai levar para o bem tocado piano da vida.

Tempo

Tenho o mais profundo desprezo por gentalha que fica anos e anos numa empresa e depois entra na Justiça pedindo indenizações por danos morais. Por que não reagiram no primeiro momento? Nada pode desculpar esses tipos.

São aproveitadores de buracos nas leis e da leniência de “doutores” sobre falsos sofrimentos alheios. Assédio? Cai fora, tanso, tansa, cai fora na hora!

Falta dizer

O que pode explicar senão vagabundagem e vidas vazias? Ouça esta manchete: – “Consumo de drogas é maior nas regiões com mais poder aquisitivo”. Num jornal de São Paulo.

Então não são os “pobres” que alimentam a indústria do tráfico e do consumo de drogas? Não. São os patifes com mais dinheiro no bolso, muitos bem aqui pertinho… Bem pertinho! Ordinários!

 

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