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“A caneta mágica”

Por: Luiz Carlos Prates

28/07/2018 - 12:07

Era um grupo interessante. E não era interessante porque eu dele fazia parte, preciso ser “um pouco” modesto… Eram dois ex-seminaristas, um psicanalista, dois jornalistas e eu. A conversa? De tudo um pouco, e os “quase” padres fustigados com perguntas sobre alma, fé, vida, essas coisas. Nem deixei a conversa esquentar.

Fui lá dentro e trouxe um recorte de jornal dos meus arquivos. Reportagem sob o título de: – “Religiosidade protege coração”, diz estudo. Nessa reportagem, lia-se que – “Pesquisas americanas ligam prática espiritual à redução de risco cardíaco”, segundo alguns cardiologistas. Veja bem, alguns, não todos.

E o que você acha, religiosidade, fé, ajuda ou não para uma vida melhor? Ora bolas, duvidar que a fé, seja no que for, nos faz a vida melhor e a saúde mais forte é de uma cegueira formidável.

Aliás, uma vez um amigo gaúcho, palestrante sobre filosofias, contou-me que ele tinha um objeto especial que dava a ele sorte, fazia-o sentir-se seguro para falar com competência diante de plateias: era uma caneta que ele tinha ganhado da namorada, hoje esposa.

Aquela caneta era “Nossa Senhora” que ele levava na bolsa para as palestras, assim ele pensava. Era posicionar-se diante da plateia e sentir os efeitos da caneta “poderosa”.

Num certo dia, depois de uma palestra, ele achou a caneta mágica numa gaveta do quarto. Ele tinha trocado de bolsa e a caneta fora esquecida… Mas ele contou que naquele dia do esquecimento fez um das suas melhores palestras… Mas como? Sem a caneta? Sim, sem a caneta, mas ele “pensava” que a caneta estava na bolsa, e não estava. Ora, não era, é claro, a caneta que dava energias especiais ao orador, era a fé que “ele” jogava sobre ela. E é assim.

Todas as graças que obtemos ao ter fé sobre isto ou aquilo vêm de nós mesmos. Nos valemos de um objeto ou de “um espírito” para termos mais força e sorte… Tudo, todavia, sai de nós mesmos. Aí está o poder da fé. Sem essa fé, ficamos nós mesmos, sozinhos, diante da vida e aí afundamos, afinal, não somos nada, não temos nenhum poder. Não temos? Temos todos, mas é preciso ter fé. E fé não admite dúvidas. Quem pensar – será? Nem precisa ir adiante, duvidou. E a fé não casa com a dúvida.

Ah, a conversa com os amigos acabou sem unanimidade. Fui contestado.

Explicação

Há quem explique das razões de as pessoas religiosas terem menos problema cardiovasculares, segundo pesquisas americanas, dizendo que elas sofrem de menos estresse. O estresse altera as batidas cardíacas e mexe em todos os processos hormonais do corpo humano, e isso, dia após dia, leva aos “ataques” do coração… Nada tem a ver com religião. E estresse, fique claro, é medo. Quem se estressa menos tem mais saúde, e bem que pode ser um ateu…

Covardes

Manchete: – “MP entende que tiro dado por namorado foi intencional”. Mais um daqueles casos em que um vagabundo estava “brincando” com arma (segundos eles dizem) e a arma disparou, matando a namorada ou a esposa. O curioso é que esses bandidos nunca “brincam” com a arma apontada para eles mesmos. É sempre para elas. Mas eles não enganam o Ministério Público, nem à Polícia. Covardes miseráveis.

Falta dizer

É por isso que alguns “teólogos” não gostam dos que sabem pensar. Ouça esta: – “Não faz sentido algum dizermos que o bem vem de Deus e o mal do Demônio, pois nada pode existir contra a vontade de Deus”. E aí, companheiros, como é que se rebate essa verdade?

 

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.