“Implante subdérmico”

Foto Divulgação

Por: Juliana Bizatto

05/03/2020 - 10:03 - Atualizada em: 05/03/2020 - 11:14

São dispositivos plásticos de 4 centímetros por 2 milímetros (tamanho aproximado de uma grafite de lapiseira), contendo um hormônio (progesterona) chamado etonogestrel (semelhante às pílulas anticoncepcionais de progesterona desogestrel – nactali, cerazette, etc). No Brasil o único modelo disponível se chama implanon.

Este implante é inserido no braço não dominante sob anestesia local. O procedimento é rápido (em torno de 5 minutos) e, 8 horas após a inserção o hormônio, ele já se faz presente corrente sanguínea em quantidade suficiente para bloquear a ovulação e prevenir a gravidez.

O mecanismo, para prevenir gravidez, é bem semelhante a uma pílula anticoncepcional. Além de bloquear a ovulação, torna o muco cervical mais espesso e dificulta a passagem do espermatozoide, além de tornar o endométrio (camada mais interna do útero) menos receptivo ao óvulo fecundado, se o óvulo não conseguir se grudar nessa camada, o embrião não consegue se desenvolver.

O implante tem ação de três anos. Caso a paciente seja obesa, a duração cai para 2 anos. A taxa de eficácia para prevenir gravidez é altíssima, é considerado o método mais eficaz, ganhando da laqueadura e vasectomia.

Após a retirada do implanon, a fertilidade da mulher retorna em 24 horas, podendo engravidar dentro da semana seguinte a retirada. A taxa de satisfação com o método em 12 meses é 83% de acordo com o estudo CHOICE.

Contraindicações absolutas ao método:

  • Câncer de mama ou tumor associado a hormônios;
  • Gravidez;
  • Doença tromboembólica venosa (trombose) ou arterial ativa (acontecendo agora);
  • Doença de fígado grave com exames de sangue alterados;
  • Sangramento vaginal aumentado (hemorragias) sem diagnóstico.

Muitas mulheres podem se beneficiar com o implante, mas as adolescentes são um grupo particularmente interessante, pelo alto índice de gravidez indesejada. Num estudo realizado no Brasil, em adolescentes no pós-parto, a taxa de continuidade foi de 100%. Outro grupo onde o implante é indicado são as dependentes químicas e as portadoras de HIV. Outras pacientes que se beneficiam, pois têm poucas opções de métodos anticoncepcionais são as hipertensas, fumantes diabéticas, pacientes com enxaqueca, trombofílicas e história de trombose.

Pacientes com cólicas menstruais intensas, endometriose e sintomas pré-menstruais (sensibilidade nas mamas, dor de cabeça, etc) sentem melhora com o uso do implante.

Efeitos colaterais:

  • Dor de cabeça: o mais comum (15%) entre as usuárias. Mais frequente nas primeiras 6 semanas, e melhora com analgésicos.
  • Dor nas mamas: 10% das pacientes, também ocorre nas primeiras 6 semanas, muitas vezes nem precisando de analgésicos.
  • Ganho de peso: – relatado por 12%, através do estudo CHOICE. Não foi identificado uma associação entre o método e o ganho de peso.
  • Acne: – 11%. É uma queixa mais frequente entre as pacientes que antes usavam métodos com estrogênio (pílula, injeção, adesivo, anel vaginal), o estrogênio tem grande impacto positivo para a melhora das espinhas, e quando interrompido, a paciente retorna ao seu estado “natural”.
  • Sangramento irregular: 22% a 40% das pacientes param de menstruar completamente, 30% a 40% das mulheres tem menstruações infrequentes, pequenos sangramentos tipo escape (borra-de-café), 20% podem menstruar mensalmente e 6% apresentam sangramento aumentado, que tende a melhorar.

Ficou com dúvidas? Fale com seu médico, e se eu for sua médica, fale comigo. Mais informações no Instagram @drajulianabizatto.

Referências Bibliográficas: Métodos Anticoncepcionais Reversíveis de longa duração. 2018. Febrasgo. | Family Planning: a global handbook for providers. 2018. OMS.

Dra. Juliana Bizatto

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