“Quando acabar a tinta na caneta de Moisés”

Carlos Moisés tem futuro incerto à frente do governo de SC | Foto: Peterson Paul/Secom

Por: Fábio Bispo

30/09/2020 - 10:09 - Atualizada em: 30/09/2020 - 10:49

 

Surpreendido com a presença de policiais federais nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (30) na residência oficial, o Governador Carlos Moisés, decididamente, não tem momentos de tranquilidade. Não bastasse a ação da PGR que apura a sua participação direta na ordem para o pagamento antecipado dos R$ 33 milhões para a compra dos 200 respiradores que nunca chegaram, ele está prestes a ver sua trajetória ser abreviada pela Comissão Especial de Julgamento no processo de impeachment.

Na próxima semana os catarinenses vão conhecer o voto do relator, o deputado Kennedy Nunes (PSL). Nos bastidores da política, são favas contadas, principalmente pelos componentes político que integram o tribunal.

Em entrevista exclusiva aos jornalistas do grupo NDTV, Moisés negou participação no que concedeu o aumento aos procuradores -motivo principal do processo de impeachment – e negou a possibilidade de renunciar. Tentou demonstrar tranquilidade, mas não conseguiu ser imperativo.

Na entrevista conduzida pelo âncora da NDTV, Paulo Alceu, com participações do comentarista Moacir Pereira e da apresentadora Márcia Dutra, o governador não conseguiu transmitir com clareza o sentimento que parece claro para ele de que o impeachment não passaria de “golpe”. Talvez um capricho de não tentar comparar sua possível queda a da ex-presidente Dilma. Negou qualquer participação nos apontados crimes de responsabilidade, tanto no caso dos procuradores como no dos respiradores.

No entanto, se confirmado o afastamento aprovado pelo plenário da Assembleia no último dia 17 – que pediu prosseguimento do impeachment por 33 votos, Moisés terá poucas oportunidades de tentar o que quer que seja.

Sem a tinta na caneta de governador, relegado pela ala bolsonarista, esquecido pelos próprios votantes de 2018 e isolado na tese de que não se entregará às forças obscuras da política, poderá acabar engolido por um governo interino (em exercício) que tende a contemplar o maior número possível de pleitos.

E como tudo nesse governo, que vem atrasado, a possibilidade de ameaçar uma renúncia para garantir ao povo catarinense direito de escolher nas urnas um possível sucessor poderá vir tarde demais. Sem a caneta de governador, Moisés não passará de um bombeiro da reserva.

 

TPA

Os deputados aprovaram em primeiro turno a proposta de emenda à Constituição (PEC) que pretende proibir a cobrança de pedágios urbanos em Santa Catarina. A matéria ainda precisa passar pela votação em segundo turno para ser transformada em emenda constitucional.

 

Pedágio

A deputada Paulinha (PDT) acusou Ivan Naatz (PL) de interferir nos interesses de Bombinhas ao patrocinar a aprovação, na Câmara de Vereadores do município, do projeto de lei que acaba com a taxa de preservação ambiental (TPA). Segundo a parlamentar, Naatz está ludibriando os colegas para angariar votos para reverter a TAP.

 

Pandemia

Um grupo de pesquisadores, incluindo membros da UFSC, desenvolveu novo instrumento de análise de classificação de risco da Covid-19 baseado nas orientações da OMS para ser aplicado em SC. O instrumento prioriza o enfrentamento da pandemia buscando a estratégia de supressão dos casos.

 

Foto Arquivo/Aresc

Nova Lei do Gás

Buscando a manutenção da tarifa mais competitiva do país em Santa Catarina, a assinatura do novo contrato de suprimento da SCGÁS contou com um mecanismo de atualização dos preços do gás natural pago a Petrobras. A SCGÁS definiu com a estatal um período de transição para o ajuste dos preços. Chamado de Fator K, o mecanismo garante reajustes trimestrais até janeiro de 2021. O que gera uma economia nestes seis primeiros meses no montante de R$ 38,4 milhões. Até o fim da transição estabelecida pelo Fator K, a estimativa é de que mais R$ 25,5 milhões sejam economizamos, somando um total de aproximadamente R$ 64 milhões.

 

 

 

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