“A (in)dissolubilidade de uma parceria”

Fonte da Imagem: PJE MA

Por: Emílio Da Silva Neto

12/11/2021 - 03:11

Nem Adão, que não tinha, inicialmente, contato algum com outro humano, aguentou ficar sozinho. Deus, sabendo da tristeza dele, o fez dormir (para ele não ficar dando palpite) e criou a mulher Eva, ao mesmo nível, isto é, das costelas dele, não acima (cabeça) e nem abaixo (pés), para estar, sim, lado a lado, fazendo-a verdadeira companhia, como o outro lado da maçã.

O fato é que nem a solidão consegue permanecer sozinha. Traz, quase sempre consigo dor, saudade, tristeza e vazio, ou seja, até ela busca companhia.

Parece haver muitas semelhanças entre parcerias advindas de um casamento civil e as de um acordo de sócios de uma empresa, pois, ambas sofrem abalos de fundo emocional.

Pessoas são diferentes entre si e mudam ao longo do tempo, devido a experiências, fatos e convívios diversos. Ademais, qualidades e defeitos são essencialmente subjetivos, pois a avaliação se dá a partir de valores e princípios próprios.

Assim, não faltam gurus por aí dizendo o que se deve fazer. Muitas vezes, encontra-se uns conselhos bem ruins, mesmo quando foram usadas descobertas científicas para justificá-los. Mas rolam também umas dicas ótimas ….

Pois bem. Vamos lá !!!

O caminho para abrir um empreendimento exige muita preparação e estudo mas, muitas vezes, nessa fase, um obstáculo acaba tornando-se evidente: a falta de capital e/ou conhecimento multidisciplinar. Assim, muitos empreendedores optam por buscar um sócio para o seu negócio.

Mesmo em um modelo de sociedade igualitária, sociedade é como casamento e, como todo casamento, não é algo tão simples de administrar, pois cada parte tem sua visão e traz diferentes experiências vivenciais.

A princípio, isso pode não ser um problema, mas a longo prazo surgem diferenças ideológicas e desentendimentos que, muitas vezes, desgastam a relação e acabam impactando nos negócios, podendo até causar uma ruptura definitiva em algo que parecia tão promissor.

Assim, vale conferir algumas ‘dicas’ para manter uma parceria saudável, com validade “ecumênica”, isto é, não só para uma sociedade empresarial, mas, também, com ‘manipulações cosméticas’, para um casamento civil-religioso:

  1. antes de formalizar a parceria, há que se passar pelo “namoro” e “noivado”, em tempo suficiente para analisar a índole e posturas do futuro parceiro, de forma a conferir se sua visão e ideais se alinham com os próprios; esta, a dica mais importante de todas !!!

  2. manter uma relação de confiança e transparência, mas em situações de divergências de opiniões, nunca tratar essas questões frente a terceiros. Conversar, reservadamente, sobre os porquês de cada opinião, e chegar, conjuntamente, a uma decisão, principalmente, de forma amigável.

  3. ter funções bem definidas, sem invadir o “Lebensraum” (‘espaço vital’ em alemão) do outro. Contudo, permitir-se e permitir certa autonomia, isto é, sem “coleiras” nos pescoços.

  4. definir sobre a retirada mensal, a divisão anual de lucros e a reaplicação de valores (em investimento ou desfrute)

  5. estabelecer regras claras, seguir e fazer seguir

  6. dialogar sempre, sem presunções, mesmo conhecendo muito bem o parceiro

Em resumo, lembrando que “casal que não briga … é mentiroso”, toda parceria empresarial, em momentos de embate, deve recorrer a uma “DR-Discussão da Relação”, antes que o descompasso detone uma bomba relógio.

Por fim, com base transcendental, “nenhuma aproximação entre pessoas ocorre por acaso”. Toda ela “tem algum fim” e, assim, uma negação humana, sob forma de separação, pode significar ‘desperdício de chance’.

Quanto a isto, parafraseando o Papa Francisco, “mesmo achando não se merecer o parceiro ao lado, com certeza, ele é/será valioso para o desenvolvimento próprio”.

Disponíveis para compra na Grafipel/Jaraguá do Sul.

Também, com dedicatória personalizada, diretamente com o Autor

Emílio Da Silva Neto

Dr. Eng., Industrial, Consultor, Conselheiro, Palestrante, Professor (*) Sócio da ‘3S Consultoria Empresarial Familiar’ (especializada em Processo Decisório Colegiado, Governança, Sucessão, Compartilhamento do Conhecimento e Constituição de Conselhos Consultivos e de Família). Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento.

Curriculum Vitae: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4496236H3
Tese de Doutorado: http://btd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/08/Em%C3%ADlio-da-Silva.pdf
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