Um cão adotado e depois devolvido, é vítima de desumanidade

Por: Editorial

17/12/2020 - 05:12

Por Nelson Luiz Pereira_conselheiro editorial do OCP

“Podemos julgar o coração de um homem pela forma como ele trata os animais.” Tal asserção, vinda do reconhecido filósofo Immanuel Kant, faz todo sentido. É admirável possuir animais de estimação com responsabilidade, estrutura, respeito e afeto.

Trata-se de um fenômeno mundial da nova sociedade humana. No entanto, na contramão desse fenômeno, vem os que matam, maltratam e abandonam os bichinhos. São os que não admitem que passamos a ter uma relação mais estreita com os animais e, por conseguinte, uma extensão do princípio de igualdade.

Já não se concebe mais a expressão “é apenas um animal.” Já não cabem argumentos como, “os animais não têm sentimentos como os seres humanos.” Mesmo que, ‘aparentemente’, não tenham, não justifica não terem, ‘concretamente’, direitos fundamentais. Já se fazem irrelevantes alegações do tipo, “dá-se maior atenção aos animais do que aos humanos.” Não se trata de quantificação, comparação ou juízo de valor, mas de sentimento e respeito à vida.

É preocupante o índice de pets adotados e depois devolvidos, em Jaraguá do Sul. Embora casos extremos possam até se justificarem, a pergunta que fica é: se devolveria um filho adotado com o mesmo juízo de razão que se devolve um cão adaptado a um lar? Certamente a resposta seria “não”, com a justificativa de que não se pode dar a mesma importância a um animal.

Na verdade, o que não se pode é relativizar. Essa inversão também se ampara no ‘modismo’, ou seja, adquire-se por impulso, sem estrutura física e emocional, e depois se descarta.

Esses seres que ensinam às pessoas a difícil virtude da fidelidade são dignos de respeito e aconchego familiar. Se eles não são iguais aos humanos na forma, são iguais no medo, na fome e na dor. Respeito aos animais é premissa de sociedades evoluídas.

 

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