O lúdico no Hospital para dignidade das crianças

Por: Editorial

16/10/2021 - 06:10

Num mundo ideal, hospitais nunca seriam lugares para crianças. Nele, as crianças não sofreriam em hipótese alguma. Mais do que isso, o mundo ideal deveria ser governado por crianças, pois só assim ele seria pacífico, verdadeiro e puro. E não é difícil imaginar esse mundo, como bem nos relatou uma criança nesta semana.

Como primeira lei, ele seria colorido e musical; a semana teria dois sábados e dois domingos; no lugar de edifícios velhos, abandonados e fábricas poluidoras, haveriam parques verdes e floridos; as indústrias de armas se converteriam em fábricas de brinquedos; as propagandas, sobretudo de política, seriam eliminadas, para que ninguém precisasse mentir; os automóveis barulhentos e poluidores seriam exterminados, e pelas ruas só pedestres, bicicletas, patins, skates. Nos hospitais só teriam pacientes muito velhinhos para serem bem cuidados.

No entanto, o mundo real não é assim. Há coisas boas no mundo concreto, mas também há dor, violência, fome e injustiça, impactando a todos indistintamente. E, além de tudo, há crianças enfermas em hospitais.

O grande desafio dos adultos, então, é minimizar o sofrimento delas em todos os sentidos. É preciso garantir que elas sejam protagonistas em qualquer modelo de mundo, crescendo com saúde, proteção e alegria.

Atento e sensível à dignidade das crianças, e alusivo à semana delas, o Hospital Jaraguá transformou sua ala infantil em um ambiente lúdico, onde a fantasia, o divertimento e a alegria possam se fazer presentes.

Uma iniciativa louvável, de quem entende que o mundo real muda as necessidades das crianças, mas não muda a fonte do amor e da felicidade delas. Uma autêntica demonstração de que o mundo, embora real, não precisa ser tão sisudo.