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“Colesterol e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares”

Foto Arquivo/Freepik

Por: Caroline Pappiani

14/08/2019 - 11:08

Atualmente, mais de 50% da população brasileira está com excesso de peso. Além disso, esses indivíduos costumam apresentar também dislipidemia, diabetes e hipertensão arterial, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

As mudanças no estilo de vida da população, como dieta inadequada, estresse e sedentarismo, podem levar a esse quadro clínico.

Por isso, a orientação nutricional deve priorizar a normalização do peso corporal, bem como a redução dos níveis plasmáticos da fração LDL colesterol (colesterol ruim), triacilglicerois e a manutenção ou aumento da fração HDL-c (colesterol bom).

O que é o colesterol?

O colesterol é uma substância essencial e participa de inúmeros processos bioquímicos no organismo. Ele é um importante constituinte das membranas celulares, precursor dos ácidos biliares, de alguns hormônios e da vitamina D.

Um fato interessante é que grande parte do colesterol circulante é produzido pelo corpo (cerca de 70%) e somente o restante é obtido pela ingestão alimentar. Ou seja, a dieta não é um fator isolado para o aumento dos níveis de colesterol, fatores genéticos e ambientais também influenciam no surgimento das dislipidemias.

Existem inúmeros estudos, muitos resultados conflitantes e pouca conclusão quando o assunto é alimentação e doença cardiovascular.

Uns dizem que se faz necessário reduzir o consumo de gordura saturada (presente em alimentos de origem animal), outros dizem que é preferível substituir os tipos de gorduras (a saturada pela insaturada), há quem diga que o problema isolado está nos carboidratos refinados (açúcares, farinhas e massas) e também os que defendem o vegetarianismo para normalizar o perfil lipídico.

Infelizmente, em virtude das controvérsias e conflitos de interesse, pesquisadores, profissionais, acadêmicos e a população dividem opiniões, gerando muitas dúvidas e indagações do que realmente é mito ou verdade.

Mas o que é permitido e o que deve ser evitado?

O que se sabe é que os triacilglicerois (molécula de glicerol unida a três ácidos graxos) são a forma com a qual o corpo armazena gordura e o seu aumento plasmático pode ter relação com o consumo excessivo tanto de gorduras como de açúcares.

Além disso, as gorduras da dieta, sobretudo o excesso de ingestão de gorduras saturadas (carnes vermelhas gordurosas, embutidos, bacon, etc.), poliinsaturadas do tipo ômega-6 (óleo de soja e outros óleos vegetais) e gorduras trans (margarinas e alimentos industrializados), podem influenciar de maneira negativa os níveis de colesterol total, e das frações LDL-c e HDL-c.

Por outro lado, consumir gorduras poliinsaturadas do tipo ômega-3 (atum, salmão, pescada branca, sardinha e arenque), monoinsaturada (castanhas, nozes, amêndoas, azeite de oliva e abacate), fibras (frutas, verduras e legumes) e antioxidantes (vitamina A, vitamina C, vitamina E, zinco e selênio) podem influenciar positivamente os níveis de colesterol total, LDL-c e HDL-c.

Tenha equilíbrio, esse é o segredo para uma alimentação saudável. Variar os alimentos e grupos alimentares, para que você consiga consumir diferentes nutrientes ao longo da semana, é a chave para a prevenção de inúmeras doenças.

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Caroline Pappiani

Graduada em Nutrição pela Universidade Regional de Blumenau. Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo. Possui doutorado sanduíche na Universidade de Umeå, na Suécia. Atua como professora da Faculdade Metropolitana de Blumenau e nutricionista na Sportmed.