A segunda-feira (1º) é decisiva para o Congresso Nacional. É neste dia que ocorrem as eleições dos presidentes da Câmara Federal e do Senado, e que portanto, marcam uma nova configuração política no Poder Legislativo. Além disso, esses novos comandos vão coordenar importantes votações de projetos e medidas que afetam diretamente a vida dos brasileiros.

A próxima semana também marca a abertura do ano legislativo no Congresso Nacional.

A eleição para as presidências das duas Casas acontece a cada dois anos. A disputa deste ano será muito acirrada, já que tanto a Câmara quanto o Senado estão divididos entre os candidatos que prometem trabalhar alinhados com o governo Bolsonaro e os que defendem uma linha de independência do Legislativo.

Atualmente a Câmara dos Deputados é comandada pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) que já teve vários embates com Jair Bolsonaro e o Senado é presidido por Davi Alcolumbre (DEM-AP) que termina o mandato como aliado do presidente e articulador político entre governistas e oposicionistas.

Os dois parlamentares encerram seu período no comando das duas Casas neste domingo (31).

Quem são os candidatos à presidência da Câmara

Nove deputados colocaram seus nomes à disposição para concorrer ao comando da Casa. Da parte dos blocos partidários estão Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP); da parte dos partidos políticos aparecem Luiza Herundina (Psol-SP) e Marcel Van Hatten (Novo-RS) e por fim os candidatos avulsos são Alexandre Frota (PSDB-SP), André Janones (Avante-MG), Capitão Augusto (PL-SP), Fábio Ramalho (MDB-MG) e General Peternelli (PSL-SP).

Em meio a estes nove nomes, os favoritos são Arthur Lira (PP) e Baleia Rossi (MDB). Lira é filho do ex-senador Benedito de Lira (PP) e apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro. Na Câmara é líder do Centrão e se aproximou do governo durante a votação da Reforma da Previdência. Ele está no terceiro mandato como deputado.

Já Baleia Rossi é o candidato do atual presidente Rodrigo Maia (DEM). É filho de Wagner Rossi, ex-ministro do governo Dilma Roussef (PT). Está no segundo mandato na Casa e lá é autor do atual projeto da Reforma Tributária que está em trâmite na Câmara. É presidente do MDB desde 2019 e líder do partido na Câmara desde 2016.

Quem são os candidatos à presidência do Senado

Quatro senadores disputam a presidência do Senado para os próximos dois anos. Anunciaram as candidaturas Simone Tebet (MDB-MS), Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Major Olimpio (PSL-SP) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO).

Novas candidaturas podem ser apresentadas até o dia da eleição. Os dois principais candidatos são o senador Rodrigo Pacheco (DEM) apoiado pelo atual presidente da Casa Davi Alcolumbre (DEM) e pelo Palácio do Planalto e Simone Tebet (MDB) que tem a maior bancada no Senado com 15 parlamentares, além do apoio declarado de senadores das bancadas do Cidadania, Podemos e PSDB e de outros senadores de forma individual.

Confira como será a votação na Câmara:

- Às 14h de segunda-feira (1), começa a reunião de líderes, para a escolha dos cargos da Mesa pelos partidos, conforme o critério de proporcionalidade e às 17h, termina o prazo para registro das candidaturas.

- A eleição da Mesa Diretora ocorre a partir das 19h. A Mesa é composta pelo presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e seus suplentes. Os votos para os cargos da Mesa só são apurados depois que for escolhido o presidente.

- A eleição será totalmente presencial, secreta e por sistema eletrônico, com urnas dispostas no Plenário e nos salões Verde e Nobre, de forma a evitar aglomerações.

- Para iniciar a votação é preciso da presença de no mínimo 257 deputados (do total de 513)

- Vence quem tiver a maioria absoluta dos votos. Caso isso não aconteça, os dois vão para o segundo turno.

Confira como será a votação no Senado:

- A eleição dos novos membros da Mesa do Senado começa com a reunião preparatória às 14h de segunda-feira (1), quando é escolhido o presidente em votação secreta.

- Para conseguir vencer a eleição e levar a presidência da Casa e do Congresso é preciso ter ao menos 41 votos dos 81 senadores.

- Em seguida, o eleito toma posse e define a realização de uma segunda reunião preparatória, dessa vez para a escolha dos demais integrantes da Mesa: dois vice-presidentes e quatro secretários (com os respectivos suplentes).

A Coluna Plenário consultou os deputados federais da região e os três senadores eleitos por Santa Catarina para saber qual será o voto deles na segunda-feira. Confira:

DEPUTADOS FEDERAIS DA REGIÃO

CARLOS CHIODINI (MDB)
“A candidatura do deputado Baleia Rossi representa uma Câmara independente, não vinculada a ideologias prontas, mas sim a uma pauta nacional. Exemplo disso, é que o próprio deputado Baleia Rossi é autor da PEC da Reforma Tributária e seu perfil legislativo e seu trabalho ao longo de seus mandatos na Câmara dos Deputados permite uma união acima das ideologias. Precisamos pensar o Brasil superando essa pandemia, saindo desse buraco que estamos e que gerou custos elevados. Agora precisamos gerar resultados que possamos colher nos próximos anos. Por isso, confio na candidatura do deputado Baleia Rossi e na Câmara indepente e acredito na vitória desse bloco que trabalha em prol do desenvolvimento do Brasil.”

Foto: Divulgação

 

CORONEL ARMANDO (PSL)
“Irei votar no deputado Arthur Lira para a presidência da Câmara. É o candidato que irá pautar para discussão dos assuntos de interesse do governo e do Brasil.”

Foto: Câmara Federal

 

DARCI DE MATOS (PSD)
“Voto no Arthur Lira porque ele defende o alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro e a agenda econômica do governo. “

Foto: Divulgação/Câmara Federal

 

FÁBIO SCHIOCHET (PSL)
“Voto no Arthur Lira por ter o apoio do presidente Jair Bolsonaro e ter as pautas alinhadas com o governo. Como eu voto com governo e sou da base, eu voto no candidato mais alinhado com governo. Nosso partido está no bloco do Artur. Hoje formalmente são 259 deputados.”

Foto: Divulgação

GILSON MARQUES (NOVO)
“O partido Novo não poderia ficar calado e assistir passivamente às péssimas opções que temos (Arthur Lira ou Baleia Rossi) sem apresentar uma alternativa que dê esperança aos eleitores e a seus representantes. Lançamos Marcel Van Hattem como candidato a presidente da Câmara para fazer diferente. Marcel está comprometido com as pautas que o povo brasileiro tanto anseia por verem aprovadas. É essencial que o ocupante deste cargo não tenho rabo preso e defenda o combate a corrupção no Brasil. Cabe agora aos eleitores nos ajudarem. Pressione o seu deputado para que vote em Marcel Van Hattem. O Brasil merece mais!”

RODRIGO COELHO (PSB)
A assessoria do deputado informou que ele ainda não definiu o voto.

Foto Divulgação

 

SENADORES CATARINENSES

DÁRIO BERGER (MDB)
“Tenho a convicção, que pela primeira vez na história, teremos uma mulher presidindo a mais alta Casa legislativa do País. A amiga Simone Tebet é uma destaca líder do MDB, que tem a maior bancada do Senado. Certamente conduzirá a instituição com o equilíbrio e a competência que o momento exige. Está em sintonia com os anseios da população e irá colaborar com a construção de caminhos capazes de imprimir dinâmica necessária para a retomada do desenvolvimento no Brasil.”

Foto: Divulgação

ESPERIDIÃO AMIN (PP)
“Eu vou votar na Simone Tebet. Declarei isto aos meus companheiros, com todo o respeito. Vou votar na Simone Tebet porque acho que o meu amigo Rodrigo Pacheco, sendo candidato do Davi Alcolumbre, não vai poder criticar, nem modificar legados com os quais eu não concordo. Por exemplo, a decisão tomada unilateralmente pelo presidente Alcolumbre no final do ano, mandando simplesmente arquivar todos os processos e pedidos de impeachment aos ministros do STF. Outras questões necessárias e importantes para o Brasil precisam ser deliberadas, como o foro privilegiado, prisão em segunda instância, entre outras.”

Senador Esperidiâo Amin (PP) | Foto Divulgação

JORGINHO MELLO (PL)
Em nota assinada pelos senadores do PL: Jorginho Mello (SC), Wellington Fagundes (MT) e Carlos Portinho (RJ) que integram a bancada do PL no Senado declararam esta semana o apoio a candidatura senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência do Senado. A decisão, segundo consta a nota que é da terça-feira (25), foi tomada por unanimidade pela bancada.